São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

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Papéis de siderúrgicas perdem fôlego, e Bolsa cai 1,5%

Investidor aguarda socorro a bancos e pacote nos EUA

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a escalada da semana passada, quando subiu 8,79%, a Bovespa esfriou ontem. As ações da Vale, grande destaque de 2009, acabaram por perder fôlego e pesaram no resultado final do pregão -o Ibovespa teve baixa de 1,53%.
À espera da aprovação do pacote de estímulo econômico do presidente Barack Obama, o mercado acionário americano também teve um dia fraco. O índice de ações Dow Jones melhorou no fim do dia, mas terminou com baixa de 0,12%.
A expectativa do mercado é a de que o Congresso americano aprove ainda hoje o pacote econômico. Outra notícia aguardada para hoje é a do novo socorro destinado ao setor financeiro dos Estados Unidos.
Em meio à falta de novidades, os investidores aproveitaram para embolsar parte do lucro acumulado pelos papéis do setor de siderurgia e mineração. Ações como as da Vale, da Companhia Siderúrgica Nacional e da Usiminas, que têm sido decisivas no resultado da Bovespa no ano, estiveram entre as quedas mais elevadas entre os papéis de maior negociação.
As ações da Vale, que responderam por quase 25% do total negociado no pregão, registraram baixas de 2,95% (preferencial "A") e 2,96% (ordinária). Já as ações da Usiminas lideraram as perdas, ao caírem 5,53% (ON) e 4,56% (PNA).
Na semana passada, informações de que os estoques de minério de ferro estavam baixos na China, que é a grande consumidora mundial, motivaram a compra de papéis de siderúrgicas nas Bolsas. A ação ordinária da Vale avançou 19,23% na última semana; o papel ordinário da CSN teve valorização de 14,26% no período.
As ações da Petrobras resistiram ontem. Mesmo com o petróleo em queda de 1,5% em Nova York (fechou vendido a US$ 39,56), conseguiram valorização. O papel preferencial da Petrobras subiu 1,07%, e o ordinário ganhou 1,23%.
O setor bancário foi outro que não começou bem a semana. Entre as grandes instituições privadas, a exceção foi Bradesco PN, que subiu 0,17%. Já as ações units do Unibanco recuaram 1,95%, seguidas por Banco do Brasil ON, que perdeu 1,92%, e por Itaú PN, com desvalorização de 1,52%.
Apesar da baixa de ontem, o índice Ibovespa conseguiu se manter acima dos 42 mil pontos, em seu maior nível de 2009 -encerrou aos 42.100 pontos. Dessa forma, a Bolsa de Valores de São Paulo ainda acumula forte apreciação de 12,12% em 2009, destacando-se em um mercado no qual as grandes Bolsas estão no vermelho neste começo de ano.
A movimentação da Bovespa manteve-se elevada no pregão de ontem, tendo sido girados R$ 4,25 bilhões -a média diária do ano é de R$ 3,66 bilhões.
Na Europa, os pregões foram um pouco melhores ontem -se as Bolsas não tiveram altas expressivas, ao menos escaparam de fechar no vermelho.
Em Londres, a Bolsa subiu 0,37%; em Frankfurt, a alta foi de 0,48%; e, em Paris, de 0,39%.

Real mais forte
Se a Bolsa brasileira começou a semana em ritmo mais fraco, o real manteve a rota de apreciação dos últimos dias. Nas operações de ontem, a moeda sofreu recuo de 0,75%, para terminar a R$ 2,237. No mês, o dólar tem baixa de 3,49%.
A diminuição das "posições compradas" dos estrangeiros na BM&F mostra que têm perdido força as apostas no dólar valorizado. Essas posições compradas, montadas por meio de contratos futuros, registravam US$ 10,2 bilhões na sexta-feira. Em janeiro, superaram os US$ 13 bilhões.


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