São Paulo, quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

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Itaú reduz provisão contra calote, e lucro avança 41% no 4º tri

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo maior banco brasileiro, o Itaú Unibanco conseguiu manter o lucro em 2010, apesar de um resultado considerado fraco no crédito, principal negócio bancário -a carteira de empréstimos cresceu só 2,4%. O banco encerrou 2009 com lucro líquido de R$ 10,067 bilhões, resultado praticamente estável em relação aos R$ 10,004 bilhões do ano anterior.
Assumidamente conservador, o Itaú Unibanco constituiu reservas para lidar com a inadimplência da clientela da ordem de R$ 24 bilhões -suficiente para cobrir 174% das perdas, nas regras do BC.
Em 2009, as despesas para a formação dessas provisões saltaram 45,3% -de R$ 11,286 bilhões para R$ 16,399 bilhões.
Com a redução na inadimplência de 5,9% para 5,6%, do terceiro para o quarto trimestre, o banco diminuiu essas despesas em R$ 652 milhões. O resultado foi um lucro maior, de R$ 3,213 bilhões no quarto trimestre -41% superior ao do trimestre anterior.
"Estávamos preparados para uma crise muito maior do que veio. Somos brasileiros e vivemos muitas situações de crise no passado. É sempre bom poder operar com prudência", disse Silvio de Carvalho, diretor financeiro do banco.
A rentabilidade do banco, que mede o retorno para o acionista e costuma ser comparada com os juros básicos, estreitou de 24,8% para 22,3%.
Para manter a rentabilidade alta, o banco apostou também nos ganhos com as operações de tesouraria (títulos e ações), serviços bancários, seguros e, no último trimestre, com a nova aceleração na concessão de empréstimos. Do terceiro para o quarto trimestre, a carteira de crédito já havia saltado 3,6% (ritmo anual de 15,2%), contrastando com o desempenho de janeiro a setembro, quando o total de crédito encolhera 1,1%. Para 2010, o banco espera um crescimento de 20%.
Só a tesouraria e as operações com o mercado contribuíram com R$ 5,6 bilhões no ano passado -159% mais do que em 2008. O setor de seguros e previdência trouxe R$ 5,6 bilhões (alta de 5,8%).
As receitas de serviços e tarifas somaram R$ 15,2 bilhões -1,4% menos do que em 2008, sob impacto da queda de 20% nas tarifas pagas pelos correntistas. As receitas com tarifa de cartões subiram 7%.


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