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TELEVISÃO
Emissora diversifica investimentos para aumentar audiência e lucro
Internet e TV paga são os
novos mercados para SBT
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
da Reportagem Local
O SBT, a segunda maior rede de
televisão do país, com 20% de audiência nacional, começa a diversificar seus investimentos, apostando no crescente interesse do
público por Internet e TV paga.
A prioridade número 1 continua
sendo, porém, a televisão aberta,
até porque ainda haveria muito espaço para o SBT crescer nesse segmento, no qual detém cerca de
15% das verbas publicitárias.
Seus planos são chegar ao ano
2000 com 30% tanto de audiência
quanto de participação no bolo
publicitário. ``No Brasil, temos
5% de ricos e 95% de pobres. Não
existe mágica que faça isso mudar
de uma vez. No ano 2000, vamos
ter 10% de ricos e 90% de pobres'',
diz Guilherme Stoliar, 41, vice-presidente do SBT.
Segundo ele, a emissora vai continuar apostando nos pobres -e
também nos ricos porque quem
tem TV paga também tem TV
aberta e a preferência nessas casas
continua sendo a Globo, depois o
SBT, Bandeirantes etc. e só depois
os canais pagos.
Ele faz as contas: hoje existem 36
milhões de domicílios com TV no
Brasil e 1,8 milhão assinantes de
TV a cabo. No ano 2000, deverão
ser 40 milhões de casas com TV e 5
milhões com TV paga. ``Só temos
15% do mercado de TV aberta. Temos potencial para crescer.''
Stoliar acredita que vai ganhar
terreno em cima da Globo, que
não teria mais condições de continuar com sua parcela de 65% do
mercado, muito mais competitivo
atualmente. O grupo Silvio Santos
considera, porém, que a TV paga
``é um bom negócio'' -valeria a
pena, portanto, entrar na área.
Para isso, está formando um
consórcio para participar de licitações para a concessão de TV por
assinatura, a partir de abril.
Ele não quis informar detalhes
sobre o empreendimento porque
as negociações ainda não terminaram. ``Os investimentos são muito
pesados e por isso procuramos um
parceiro porque não temos condições de bancá-los sozinhos.''
Lucros
Mais avançado está o projeto para a criação do SBT on Line, uma
provedora de acesso à Internet,
com um investimento de cerca de
US$ 30 milhões a US$ 40 milhões
no prazo de cinco anos. O SBT on
Line deve começar a operar em julho ou agosto próximos.
Não serão esses projetos, porém,
que vão garantir um melhor desempenho em 1997 do que no ano
passado -o retorno nos dois casos é demorado, reconhece Stoliar.
A curto prazo, o SBT está apostando no Campeonato Brasileiro
de Futebol, que quer transmitir
com exclusividade. A disputa com
a Rede Globo deve ser definida
nesta semana. Stoliar também está
otimista com os resultados do
acordo, recentemente fechado,
com a Disney, que dá exclusividade ao SBT para veicular desenhos e
um programa especial.
Em 96, o SBT teve lucros bastante modestos -R$ 20 milhões- se
comparados com a receita operacional líquida -R$ 360 milhões.
Em dezembro, a empresa corria o
risco de ter prejuízo em 97.
Profilaxia
``Chegamos ao final de 1996 com
um resultado bem inferior ao de
1995 e percebemos que se não tomássemos algumas medidas e corrigíssemos o rumo da empresa, teríamos em 1997 um resultado negativo'', diz Stoliar.
A decisão foi cortar aproximadamente 12% das despesas. ``Foram
cortes profiláticos para evitar prejuízos.'' Uma das razões para esse
resultado foi o investimento de
US$ 110 milhões no complexo
Anhanguera (estúdios e escritórios), que já foi amortizado.
``O investimento foi feito com
dinheiro do SBT. Apenas cerca de
7% desse valor refere-se a operações de leasing de equipamentos,
feitas no exterior, com taxas de juros favoráveis.'' Além disso, o SBT
apostou pesado em uma nova programação, com três novelas, que
não teve o retorno, em termos de
audiência e publicitário, esperado.
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