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Mantega vê meta de crescimento de 3,5% como viável e até "superável"
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Planejamento,
Guido Mantega, assegurou que
um crescimento de 3,5% em 2004
é "absolutamente viável e mesmo
superável". Em sua avaliação, a
variação do PIB (Produto Interno
Bruto) próximo de zero (retração
de 0,2%) no ano passado levou a
"conclusões equivocadas" de que
a economia ficou estagnada.
Mantega argumentou que economia apresenta "sinais fortes"
de retomada e que essa recuperação seria evidenciada pelos recentes dados do INA (Indicador do
Nível de Atividade) da Fiesp, que
apontou aumento de 1,8% na produção industrial em São Paulo em
janeiro comparado a dezembro e
de 3,3% se confrontada com a de
janeiro de 2003. Recorreu a uma
pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) segundo a qual os
empresários pretendem aumentar os níveis de produção em 18%
nos próximos três anos.
"O PIB de 2003 muito próximo
a zero levou a conclusões equivocadas de que a economia ficou estagnada. Essa é a história da cabeça no forno e os pés na geladeira.
Se tomar a temperatura do corpo,
a média será baixa", afirmou.
Ou seja, o argumento do ministro fora de que o PIB do ano passado refletiu um primeiro semestre de baixa atividade, mas que no
segundo semestre houve uma recuperação. "Teríamos um PIB
anualizado de 6% se usássemos
como base o crescimento do último trimestre", disse Mantega.
Mencionou, nesse caso, que a
política industrial será apresentada ainda neste mês, que o governo
preparou um programa de recuperação de infra-estrutura e disse
que serão anunciadas novas medidas para estimular a construção
civil. "Precisamos que os empresários sejam ousados e transformem a intenção em investimentos e que os banqueiros liberem
crédito e reduzam os "spreads"
[diferença entre o custo de captação do dinheiro e o cobrado dos
clientes], que são os mais altos do
mundo", sustentou o ministro,
depois de participar da abertura
de seminário da Febraban.
De sua parte, o presidente da
Febraban, Gabriel Jorge Ferreira,
argumentou que os "spreads"
não recuam só com corte na taxa
Selic (juros básicos da economia),
mas dependem de elementos como condições jurídicas estáveis.
Mantega disse haver uma "ansiedade" para que ocorra crescimento. "É natural que, depois de
20 anos de crescimento baixo,
exista ansiedade para um crescimento vigoroso. Mas é como um
carro. Não se pode entrar nele e
sair a 100 km por hora, a não ser
que seja uma Ferrari. É um processo, em que se acelera até chegar à velocidade de cruzeiro."
O ministro minimizou as seguidas revisões (para baixo) na previsão do PIB no ano passado.
"Não vou jurar que teremos um
crescimento x ou y. Posso jurar de
pés juntos que será maior que em
2003."
(JOSÉ ALAN DIAS)
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