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Por US$ 41,4 bi, Merck compra Schering-Plough
Nova farmacêutica nasce como 2ª maior em vendas
DO "NEW YORK TIMES"
A farmacêutica americana
Merck vai pagar US$ 41,4 bilhões pela aquisição da rival
Schering-Plough, anunciaram
as duas empresas ontem.
As companhias disseram que
a transação foi aprovada unanimemente por ambos os conselhos e que a empresa criada pela fusão manterá o nome Merck
e será comandada por Richard
Clark, presidente-executivo e
do conselho da Merck.
Com a transação, a Merck
amplia suas linhas de medicamentos cardíacos, respiratórios e oncológicos. Reforça seu
setor de pesquisa, que passará a
incluir o projeto TRA, medicamento promissor cujo objetivo
é impedir a formação de coágulos sanguíneos. Além disso, a
Merck se beneficiará do alcance mundial da Schering-Plough, que gera cerca de 70%
de suas vendas fora dos EUA.
Ontem, a Merck sofreu baixa
de até 11% no pregão matinal
em Nova York, enquanto a
Schering-Plough subia mais de
14%, em meio a especulações
quanto a uma possível contraoferta da Johnson & Johnson.
A transação, que necessita de
aprovação das autoridades regulatórias, deve ser concluída
no quarto trimestre, e a nova
empresa vai continuar a pagar
o dividendo pleno da Merck,
afirmaram as companhias. A
sede ficará em Nova Jersey.
Patentes
A Merck está entre as grandes companhias farmacêuticas
que terão de enfrentar expiração de patentes de alguns de
seus remédios mais importantes na próxima década, e há
poucas perspectivas promissoras de substituição.
A mais premente é a expiração do Singulair, seu medicamento para asma e produto
mais vendido, cuja patente vale
até 2012, de acordo com Richard Purkiss, analista sênior
de medicamentos da Atlantic
Securities, de Londres. As vendas mundiais do Singulair foram de US$ 4,3 bilhões no ano
passado, 18% do ganho total.
Em contraste, "a Schering-Plough não tem grande exposição a vencimentos de patentes,
no período em questão", disse
Purkiss, acrescentando que
"essa combinação é um esforço
de proteção da receita".
O acordo prevê que os acionistas da Schering-Plough recebam 0,5767 ação da Merck e
US$ 10,50 por ação. As ações da
Merck se tornarão ações da nova empresa. O acordo avalia a
Schering-Plough em US$ 23,61
por ação, ou US$ 41,1 bilhões,
ágio de cerca de 34% ante o preço de fechamento da Schering-Plough na sexta-feira. Os acionistas da Merck deterão 68% da
empresa combinada, e os da
Schering-Plough, o restante.
Merck e Schering-Plough,
que já têm uma joint venture de
US$ 4,6 bilhões para um remédio que combate o colesterol
(Vytorin), disseram que preveem cortes de custos anuais de
US$ 3,5 bilhões, depois de 2011.
A Merck anunciou em outubro
que demitiria 7.200 funcionários e a Schering-Plough também anunciou demissões.
No Brasil, a Schering-Plough
e a Merck disseram não ter informações em nível local. A
Merck tem um escritório em
São Paulo, uma fábrica em
Campinas e 700 funcionários.
No país, a Schering-Plough tem
um escritório e uma fábrica na
capital paulista.
Aquisições
O acordo marca a segunda
grande transação do ano no setor farmacêutico. Em janeiro, a
Pfizer, maior fabricante de remédios do mundo, adquiriu a
Wyeth por US$ 68 bilhões.
A Roche, farmacêutica suíça,
tenta comprar o grupo de biotecnologia Genentech, no qual
já detém participação majoritária. Ontem, segundo "The Wall
Street Journal", a Roche elevou
o valor de sua oferta de US$ 93
para US$ 95 por ação.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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