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SP perde competitividade na indústria
Guerra fiscal e mão-de-obra mais barata fizeram participação no PIB nacional cair de 49,4% (1996) para 40% (2004)
Segundo o atlas lançado na Fiesp, capital e nove regiões no entorno de 100 km da cidade concentram 61,8%
do PIB industrial do Estado
TATIANA RESENDE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A guerra fiscal entre os Estados, a busca por mão-de-obra
mais barata e a concorrência
com os produtos asiáticos foram os principais responsáveis
pela queda da participação de
São Paulo no PIB industrial do
país, que passou de 49,4% em
1996 para 40% em 2004. Há casos em que a unidade fabril até
foi transferida, mas a sede da
empresa continua no Estado.
A desvalorização do dólar
frente ao real é outro problema,
que passa a ser maior com a
iminência da moeda americana
romper a barreira dos R$ 2.
Segundo o secretário adjunto
de Desenvolvimento Econômico do Estado, Carlos Américo
Pacheco, num Estado altamente industrializado como São
Paulo, o câmbio é prejudicial
porque retira a competitividade dos produtos exportados e
reduz o preço dos itens manufaturados importados.
Considerando a divisão por
nível de intensidade tecnológica, o comportamento da indústria paulista se diferenciou do
resto do país em três segmentos. Nos de baixa e de média alta tecnologia, houve queda na
participação de 1996 para 2004
superiores a do país. Já no setor
de alta tecnologia, o Estado teve uma redução bem menor.
"Em São Paulo estão os produtos de maior valor agregado,
que podem continuar pagando
os salários mais altos", argumentou José Ricardo Roriz
Coelho, diretor do Departamento de Competitividade e
Tecnologia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo), que apresentou ontem o Atlas da Indústria Paulista, uma parceria do órgão com a
Fundação Seade.
Segundo o Atlas, além da migração para outros Estados, como Bahia, Ceará, Pernambuco,
Paraná e Rio Grande do Sul,
houve a interiorização da indústria. Para isso contribuíram
fatores como o crescimento do
agronegócio e as políticas de
atração municipal.
A análise da participação do
VTI (Valor da Transformação
Industrial), conceito que mede
a atividade industrial, mostra
como o interior do Estado cresceu em detrimento da região
metropolitana. Em 1989, por
exemplo, São Paulo tinha
50,7% do VTI do país, sendo
28,7% distribuído pela região
metropolitana e 22% no interior. Em 2003, quando a participação do Estado tinha caído
para 43,8% nacionalmente, o
interior já concentrava 27%.
A capital e nove regiões que
ficam no entorno de 100 km da
cidade de São Paulo concentram 61,8% do PIB da indústria
paulista, com destaque para
Campinas (14,45%). Os mesmos locais respondem por
63,1% da massa salarial.
A análise dos dados compilados no atlas, que está disponível no site da Fundação Seade,
vai dar suporte aos setores público e privado para a elaboração e implantação de políticas
de competitividade industrial.
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