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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Governo estuda novos aumentos de impostos
O governo está analisando
uma nova rodada de aumento
de carga tributária de alguns
setores para desonerar outros
que pretende estimular em
meio à crise econômica. Há rumores de que o próximo a pagar
tributos mais altos para compensar benefícios concedidos a
outros setores será a indústria
de cosméticos, além de bebidas.
A medida seria aplicada para
estimular alguns setores em
meio à crise sem prejudicar a
arrecadação fiscal. A receita do
governo caiu 27% em fevereiro
ante o mesmo mês de 2008.
A ação já foi feita no final de
março, quando o governo aumentou o IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados) do
cigarro. A carga maior sobre o
produto veio para compensar a
redução do imposto a materiais
de construção e a prorrogação
do benefício do IPI reduzido
aos veículos.
De Portugal, o presidente da
Abihpec (associação da indústria de cosméticos), João Carlos Basilio da Silva, falou com a
Folha. Ele disse estar "chocado" com a perspectiva de os impostos do setor subirem e que o
governo não entrou em contato
com a entidade para discutir o
aumento. "A nossa perspectiva
era de redução de impostos, e
não de aumento."
De acordo com ele, o setor já
é punido com altas cargas tributárias e não há espaço para
elevações. A incidência de impostos no setor varia de 40% do
preço de fábrica, para produtos
de higiene oral, a 94%, para tintas de cabelo, por exemplo, afirma Silva.
Hoje, a expectativa da Abihpec é que o setor registre um
crescimento real de 5% neste
ano -três pontos percentuais
acima da projeção do governo
de expansão do PIB.
Se esse aumento for concretizado, Silva considera que o setor não terá condições de atingir sua meta de crescimento.
"Se o governo aumentar o imposto, vamos ter desemprego
no setor", afirma.
Silva disse também que, se o
governo elevar a carga tributária dos cosméticos, a Abihpec
vai reagir. "Não é uma medida
de bom senso aumentar impostos de um setor em meio à crise.
Isso pune injustamente um
segmento em benefício de outro. O cosmético não é supérfluo, é uma necessidade", afirma o presidente da entidade.
BOLSO
O faturamento real do comércio no Estado do Rio de
Janeiro recuou 0,6% em fevereiro na comparação com
o mesmo mês de 2008, de
acordo com levantamento
da Fecomércio-RJ. Segundo
a entidade, os grupos mais
dependentes de financiamentos foram os mais prejudicados. O faturamento do
grupo de bens duráveis caiu
2,7%. O comércio automotivo teve uma queda menos
acentuada, de apenas 1%, em
razão da redução do IPI, que
favoreceu o faturamento das
concessionárias de veículos.
CARTEIRA
De acordo com o levantamento da Fecomércio-RJ, os
grupos mais relacionados ao
nível de renda disponível foram os que apresentaram
uma resistência mais elevada aos efeitos da crise mundial. O grupo de bens não duráveis registrou crescimento
de 0,5%, mantendo a sua trajetória de resultados positivos iniciada em maio de
2004. Os faturamentos dos
grupos de bens semiduráveis
e de combustíveis e lubrificantes registram quedas de
1% e de 1,9%, respectivamente.
NA REDE
O uso do internet banking
da Caixa Econômica Federal
cresceu mais de 45% entre
março de 2008 e março de
2009. Aumentou a base de
clientes que utilizam o canal
e o volume financeiro. Em
média, os clientes realizam
oito transações financeiras
por mês, com um tíquete
médio de R$ 174,55 por transação, representando uma
média de R$ 1.372,51 por
cliente. As transações mais
usadas na internet são as
consultas de saldos ou extratos, pagamentos e transferências, nesta ordem.
BATE-BOLA
O seguro que a Fifa contratou para as Copas do
Mundo de 2010, na África do
Sul, e de 2014, no Brasil, prevê desde cancelamento de
jogos por problemas administrativos, falta de luz no estádio, até a transferência do
evento para outro país. O
IRB-Brasil Re é uma das empresas que fecharam participação no pool internacional
de resseguradores responsável pela cobertura. A medida
foi tomada pela Fifa depois
que a federação notificou
atraso nos preparativos para
a Copa na África do Sul.
"Uma cervejinha nunca foi problema para ninguém"
O tempo das mulheres sensuais em propagandas de cerveja definitivamente ficou para
trás. O jogador Ronaldo abriu
ontem uma campanha em que
ele aparece, pela primeira vez,
segurando um copo da bebida.
No comercial da AmBev, criado
pela agência Africa para a marca Brahma, o atacante afirma
que tem orgulho de cair e se levantar e se intitula um "brahmeiro".
O filme dá sequência a uma
série de publicidades da empresa que evitam a exposição
de mulheres e pretendem aumentar a identidade entre o
produto e o consumidor.
Ronaldo afirma que não considera errado um atleta ser visto com um copo na mão.
"Beber uma cervejinha nunca foi problema para ninguém,
o próprio filme indica "beba
com moderação'", afirma Ronaldo, que cita outros casos de
esportes patrocinados por bebidas alcoólicas.
"Esse tema é um mito muito
grande, mas você vê isso no
mundo todo. A Champions
League é patrocinada por outra
marca de cerveja. Várias seleções de vários países são patrocinadas." O campeonato é patrocinado pela Heineken.
Para o presidente da AmBev,
João Castro Neves, trata-se
mais de uma homenagem ao jogador, que completa 15 anos de
parceria com a marca. "O Ronaldo está com a gente desde
que tinha 17 anos."
CRÉDITO GRÁTIS
A holding Orange Soluções Integradas acaba de criar a Minucom, companhia focada em oferecer soluções de marketing para empresas baseadas em premiação com créditos para celulares. Segundo Leandro Capozzielli, presidente da Minucom, o foco da empresa é fazer campanhas para clientes
que queiram alcançar a classe C, dona da maioria dos 123
milhões de linhas de pré-pagos que existem hoje no Brasil. A
Minucom já fechou contratos com cinco empresas, dos setores bancário, de cartões de crédito e alimentício. A holding
investiu R$ 3 milhões na criação da empresa, que tem como
meta atingir 50 grandes clientes até o final do ano. Se o objetivo da empresa for alcançado, cerca de 1 milhão de usuários
vão receber créditos para ligações e envio de mensagens via
celular por meio de campanhas promocionais.
PÊNALTI
O advogado tributarista
Felipe Ferreira Silva acaba
de lançar o livro "Tributação no Futebol: Clubes e
Atletas" (editora Quartier
Latin). Na obra, o autor
compara dados da CBF e do
Banco Central para mostrar a discrepância no pagamento de impostos e de
contribuições de PIS e Confins. Segundo ele, no BC há
o registro de 546 contratos
de transferência de atletas
-menos que os 1.085 registrados na CBF.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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