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Agências criam pacote bate-volta para Copa
Preço alto para Mundial da África do Sul, de até R$ 41 mil, reduz vendas em relação a 2006 e eleva procura por roteiro mais barato
Estimativa das operadoras autorizadas pela Fifa é
vender 5.500 pacotes; na
Copa da Alemanha, foram
vendidos cerca de 7.000
France Presse
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Danny Jordaan, do comitê organizador do Mundial da África do Sul, apresenta ingresso para as partidas em tamanho gigante; bilhetes devem estar disponíveis para o público em geral no dia 15
VERENA FORNETTI
DA REDAÇÃO
FÁBIO ZANINI
DE JOHANNESBURGO
O preço elevado dos pacotes
turísticos para a Copa da África
do Sul, de até R$ 41 mil, reduziu
a expectativa de venda das
agências de turismo em relação
ao Mundial da Alemanha, em
2006, e obrigou as operadoras a
criar pacotes bate-volta, que
custam menos e permitem ao
torcedor assistir a apenas um
jogo da seleção brasileira.
A estimativa das empresas é
vender cerca de 5.500 pacotes
para o próximo Mundial. A
pouco mais de dois meses da
disputa, foram vendidos aproximadamente 5.100 pacotes,
segundo o Grupo Águia, que
reúne as operadoras de turismo
credenciadas pela Fifa para comercializar os roteiros. Para
Alemanha-06, foram vendidos
no Brasil 7.000 pacotes.
Wilian Guedes, da Stella Barros, diz que a passagem aérea e
os traslados encarecem os pacotes, pois os deslocamentos
serão feitos por avião -e não
por trem, como na Alemanha.
Guedes afirma que há menos
entusiasmo dos brasileiros em
assistir a esse Mundial. "A próxima Copa vai ser no Brasil. Os
brasileiros preferem esperar."
Mesmo assim, ele diz que as
vendas estão melhores que o
previsto. Há dois anos e meio,
quando a empresa começou a
estudar o destino, a projeção
era que as agências do país vendessem 5.000 pacotes.
Muitas das viagens bate-volta e alguns dos roteiros mais
curtos para a competição estão
esgotados. O pacote que custava US$ 5.695 (aproximadamente R$ 10 mil, sem os ingressos para as partidas), para ver o
jogo entre Brasil e Portugal,
não está mais disponível.
Na CVC, que tem parceria
com o grupo Águia para vender
as viagens, não há mais lugares
para o roteiro de nove noites
com os dois primeiros jogos da
fase inicial -a partir de US$
9.707 (R$ 17,2 mil).
A baixa procura pela competição também ocorre entre torcedores de outros países. A expectativa inicial dos organizadores da Copa na África do Sul
era receber 500 mil turistas estrangeiros. A projeção foi sendo
reduzida e está em 350 mil.
A Fifa deve disponibilizar, a
partir da próxima semana, os
ingressos que estavam reservados para as empresas darem de
presente para clientes e empregados, mas que encalharam.
E os preços de hotéis e de
passagens aéreas da South African Airways e da Mango baixaram. Estima-se que os preços
dos hotéis estivessem inflacionados em até dez vezes para a
Copa e que os valores já tenham
caído para "apenas" duas ou
três vezes o preço normal, o que
é considerado aceitável para os
padrões de uma competição
mundial.
No Brasil, diz a Abav-Rio (Associação Brasileira de Agências
de Viagens), os preços dos pacotes não devem cair. Segundo
Luiz Strauss de Campos, presidente da entidade, as operadoras brasileiras já se comprometeram com as operações na
África do Sul e o fato de a passagem aérea ficar mais barata a
partir de algumas cidades não
significa que os pacotes também ficarão mais em conta.
"O pacote é mais atraente
que a passagem comprada à
parte e, mesmo em cima da hora, os preços não devem cair",
afirma Campos. Segundo ele, as
vendas devem se acelerar nos
próximos dias. Campos diz que
no Brasil os passageiros compram com pouca antecedência.
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