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Emprego e horas extras crescem nas indústrias
Empresas lançam mão de jornada extra, indicador que antecede a criação de vagas
Recuperação do mercado de trabalho industrial ganhou força, impulsionada pelo ritmo mais acelerado nas indústrias, segundo o IBGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Passada a crise, o emprego na
indústria começou a reagir com
mais força em 2010 e, mais otimistas, empresários lançam
mão de horas extras, indicador
antecedente da criação de postos de trabalho.
Segundo o IBGE, o número
de postos de trabalho na indústria cresceu 0,6% em fevereiro
na comparação livre de efeitos
sazonais com janeiro. É o segundo resultado positivo seguido. Já na comparação com janeiro de 2009, a expansão foi
de 0,7% -a primeira taxa positiva desde novembro de 2008.
Para André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, a retomada do
emprego industrial teve início
no segundo semestre de 2009,
mas só agora ganhou corpo e
tende a se intensificar.
Isso porque, diz, o número de
horas pagas na produção (indicador que mede as horas extras) cresce a um ritmo mais intenso do que o emprego.
Pelos dados do IBGE, o total
de horas pagas cresceu 1,5% na
passagem de janeiro para fevereiro, num sinal de novas contratações à frente. Já na comparação com igual mês de
2009, o indicador subiu 1,6%
-primeiro resultado positivo
desde outubro de 2008.
"Está claro que a recuperação do mercado de trabalho industrial ganhou força, impulsionada pelo ritmo mais acelerado da produção do setor nos
dois primeiros meses deste
ano. A indústria não zerou ainda as perdas da crise, mas já
reage", diz Macedo.
O atual nível de emprego
iguala o do janeiro de 2007. Ou
seja, ainda restam quase dois
anos para o setor recompor as
perdas provocadas pela crise.
Para o Iedi, os resultados de
fevereiro, porém, são positivos
e indicam uma recuperação
mais firme do emprego nos
próximos meses, sinalizada pelo avanço das horas pagas.
Tanto o Iedi como Macedo
ressalvam, porém, que parte da
expansão do emprego está relacionada à fraca base de comparação de janeiro de 2009, quando o setor fabril sucumbia diante da crise.
Setorialmente, o emprego
voltou a se expandir em ramos
intensivos em mão de obra. Em
fevereiro, os destaques ficaram
com papel e gráfica, têxtil, alimentos e bebidas e calçados e
couro. Exceto alimentos, os demais figuraram entre os mais
afetados pela crise.
Sob ótica regional, as indústria de São Paulo, região Nordeste e Ceará impulsionaram o
emprego em fevereiro. Os setores líderes do crescimento têm
forte presença nesses locais.
Descontados os efeitos sazonais, a folha de pagamento real
da indústria cresceu 2,7% de janeiro para fevereiro. Em relação a fevereiro de 2009, a expansão foi de 2,8%.
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