São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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Trigo preocupa e governo discute saídas com o setor

MAURO ZAFALON
REDAÇÃO

MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O governo está preocupado com a pressão dos alimentos na inflação. Para tentar amenizar esses efeitos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou ontem um dos setores que mais vêm afetando o bolso dos consumidores: o do trigo.
Produtores, cooperativas e moinhos, reunidos em São Paulo por mais de duas horas, ouviram de Mantega que as maiores preocupações do governo são o abastecimento e os preços. Nos últimos 12 meses, o pãozinho ficou 27% mais caro em São Paulo e a farinha de trigo subiu 28%, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Para garantir o abastecimento, os moinhos pediram extensão do prazo e do volume das importações de trigo de regiões fora do Mercosul, segundo Lawrence Pih. O prazo seria até agosto, para não atrapalhar os preços dos produtores brasileiros, que começam a comercializar o trigo nacional a partir de setembro, disse Pih.
A indústria pediu, ainda, a retirada do PIS e da Cofins sobre o trigo e derivados. Pão, macarrão e bolachas, ao contrário de outros produtos da cesta básica, pagam os tributos.
O governo teria perda tributária mas ganharia no menor impacto fiscal, já que o trigo com preço elevado afeta a inflação, que, conseqüentemente, pode elevar os juros internos.
O presidente da FecoAgro (Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul), Rui Polidoro, que também participou do encontro de ontem, disse que o governo não definiu medidas para o setor, mas fará uma nova reunião para responder aos pedidos dos produtores.
No caso do abastecimento, o governo adotou medidas, há algumas semanas, para elevar a produção interna. Mesmo assim, a produção nacional não atingirá metade do que o país consome. No caso dos preços, a situação interna é reflexo da forte evolução da commodity no mercado externo.


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