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Trigo preocupa e governo discute saídas com o setor
MAURO ZAFALON
REDAÇÃO
MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O governo está preocupado
com a pressão dos alimentos na
inflação. Para tentar amenizar
esses efeitos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou ontem um dos setores que
mais vêm afetando o bolso dos
consumidores: o do trigo.
Produtores, cooperativas e
moinhos, reunidos em São
Paulo por mais de duas horas,
ouviram de Mantega que as
maiores preocupações do governo são o abastecimento e os
preços. Nos últimos 12 meses, o
pãozinho ficou 27% mais caro
em São Paulo e a farinha de trigo subiu 28%, segundo a Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Para garantir o abastecimento, os moinhos pediram extensão do prazo e do volume das
importações de trigo de regiões
fora do Mercosul, segundo Lawrence Pih. O prazo seria até
agosto, para não atrapalhar os
preços dos produtores brasileiros, que começam a comercializar o trigo nacional a partir de
setembro, disse Pih.
A indústria pediu, ainda, a retirada do PIS e da Cofins sobre
o trigo e derivados. Pão, macarrão e bolachas, ao contrário de
outros produtos da cesta básica, pagam os tributos.
O governo teria perda tributária mas ganharia no menor
impacto fiscal, já que o trigo
com preço elevado afeta a inflação, que, conseqüentemente,
pode elevar os juros internos.
O presidente da FecoAgro
(Federação das Cooperativas
Agropecuárias do Rio Grande
do Sul), Rui Polidoro, que também participou do encontro de
ontem, disse que o governo não
definiu medidas para o setor,
mas fará uma nova reunião para responder aos pedidos dos
produtores.
No caso do abastecimento, o
governo adotou medidas, há algumas semanas, para elevar a
produção interna. Mesmo assim, a produção nacional não
atingirá metade do que o país
consome. No caso dos preços, a
situação interna é reflexo da
forte evolução da commodity
no mercado externo.
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