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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Valor de empresas da Bolsa subiu 58% desde fundo do poço
A alta da Bolsa de Valores
tem sido a grande surpresa da
economia nas últimas semanas. Do fundo do poço da crise,
no dia 27 de outubro de 2008, o
valor de mercado das 306 empresas listadas cresceu 57,7%
até a última quinta-feira. Essa
alta representa um ganho de R$
1,6 bilhão no valor das ações.
No ano, a alta já chega a 26,6%,
o que se traduz em R$ 332,1 milhões de valorização adicional
das empresas abertas.
Os setores mais beneficiados
por esse otimismo da Bolsa foram aqueles ligados a commodities, que também tinham sido
os mais atingidos pela crise.
De acordo com estudo da
Economática, o segmento de
petróleo e gás, por exemplo,
voltou a se tornar o com maior
valorização. O valor de mercado do setor atingiu a marca de
R$ 354,9 bilhões na semana
passada, com uma valorização
de 85,9% em relação ao dia 27
de outubro.
Os bancos voltaram a ocupar
o segundo lugar na comparação
entre os setores por valor de
mercado. O valor do total das
ações dos bancos somava
R$ 309,2 bilhões na última
quinta-feira, uma alta de 64,3%
em relação ao fundo do poço da
crise econômica. No final do
ano passado, os bancos lideravam esse ranking.
Outro destaque foram as empresas ligadas ao setor de papel
e celulose. O setor foi o que
apresentou a maior valorização
na Bolsa, com uma alta de
95,2% em relação ao dia 27 de
outubro do ano passado. Ou seja, as ações quase dobraram de
valor do pior momento da crise
até hoje.
"O incrível é que esse setor
chegou a ser considerado o patinho feio da crise", diz Einar
Rivero, da Economática.
A grande pergunta é como vai
ser daqui para a frente. A euforia da Bolsa se justifica ou seria
mais uma bolha? As opiniões se
dividem, embora o coro dos otimistas hoje seja maior do que o
dos pessimistas. Há muito mais
analistas apostando na tese de
que "o pior já passou".
Para Sérgio Werlang, vice-presidente do Itaú Unibanco,
por exemplo, a probabilidade
de grande depressão está se
mostrando cada vez mais difícil
de se concretizar. Nessas condições, e com os juros muito
baixos no mundo inteiro, os ativos, como as Bolsas, passam a
se valorizar mais.
"Está ficando cada vez mais
claro que o mundo não vai derreter", diz ele.
Já o economista José Francisco de Lima Gonçalves, do
banco Fator, não se mostra tão
otimista. Ele acha que essa alta
da Bolsa não passa de uma bolha provocada pelo excesso de
dólar no mundo. A seu ver, a
economia ainda vai sofrer um
segundo mergulho, embora
mais suave do que o do final do
ano passado.
Para Gonçalves, o problema
dos bancos nos Estados Unidos
ainda não está resolvido, apesar
dos sinais positivos do "teste de
estresse". "Sei que esta não é a
avaliação dominante, mas eu
não estou tão tranquilo com o
que pode acontecer daqui para
a frente", afirma.
REI
O ex-jogador de futebol Pelé participou nesta semana de
um bate-papo com 200 funcionários do banco Santander e
cerca de 200 clientes, em São Paulo. Pelé é o garoto-propaganda do banco na Copa Santander Libertadores, torneio
que recebeu o nome do banco no ano passado. O contrato de
patrocínio do campeonato é de 7 milhões por ano e se estende até 2012. Apenas no Brasil, o banco vai investir R$ 7 milhões
em eventos e publicidade relativas à Libertadores neste ano.
De acordo com o Santander, o patrocínio representou uma exposição da marca para um público de cerca de 1,3 bilhão de expectadores que assistiram aos jogos da Libertadores no ano
passado.
EM CASA
O número de novos contratos de locação de imóveis
residenciais fechados na cidade de São Paulo subiu 18%
nos quatro primeiros meses
do ano ante o mesmo período de 2008, segundo levantamento da Lello. Março foi
o mês que mais contribuiu
para puxar a média de novos
negócios para cima, com alta
de 13% na comparação com
o mês anterior.
PELO MUNDO
O Brasil teve destaque na
imprensa internacional no
primeiro trimestre. Segundo
levantamento da agência
Imagem Corporativa em publicações estrangeiras, o país
foi apontado como local de
investimento em 15,8% das
reportagens. Apesar de o
país ser visto de forma geralmente positiva, com 73% das
citações nesse sentido, a vulnerabilidade em relação à
crise recebeu destaque em
13,7% das reportagens.
PLATEIA
O Programa Cinema do
Brasil participa do Festival
de Cannes, neste mês. O programa acompanhará uma
delegação de 35 produtoras
brasileiras e exibirá 15 filmes
nacionais ao mercado de
Cannes.
Itaú Unibanco realoca quase
900 após fusão
O programa de oportunidade de carreira do Itaú, que
promovia migração de vagas
e ascensão dentro do banco,
ficou congelado depois da fusão do Itaú Unibanco e foi
reaberto em abril.
Adriano Lima, diretor de
gestão corporativa de pessoas do banco, já realocou
quase 900 pessoas. Outros
170 estão em processo seletivo interno, candidatando-se
a posições em diretorias, superintendências e gerências.
Profissionais de fora ainda
não estão sendo contratados. O foco agora, segundo
Lima, "é priorizar a seleção
de colaboradores do Itaú e
do Unibanco para vagas que
surgem na nova instituição,
muitas recém-criadas, fruto
do rearranjo das estruturas".
Após a fusão, a nova instituição decidiu encerrar as
operações da financeira Taií,
que empregava mil funcionários, os quais agora participam do programa de realocação. O banco pretende realocar a maioria. Os cem profissionais demitidos pelo
Itaú BBA no início do ano
não fazem parte do processo.
Itaú Unibanco possui
atualmente cerca de 106 mil
funcionários.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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