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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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Abril foi ruim e maio será pior, diz instituto, que reviu previsão de crescimento do setor no ano de 1,5% para 0,5%

Indústria já está em recessão, afirma Iedi

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria brasileira está em recessão, segundo avaliação do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que reviu sua estimativa de crescimento da produção industrial de 1,5% para 0,5% em 2003.
O instituto considera como recessão industrial dois meses seguidos de queda na produção. Com base nos dados sobre produção industrial do IBGE, os técnicos do Iedi calculam taxas de crescimento para vários setores.
O economista Júlio Gomes de Almeida, diretor-executivo do instituto, diz que abril foi o primeiro mês, neste ano, em que a produção industrial encolheu em relação ao mês anterior -a estimativa é diferente da pesquisa do IBGE, segundo a qual abril foi o segundo mês de queda. "Maio vai vir pior. Ou seja, já estamos em recessão", avalia Almeida.
Apesar de já esperar o resultado negativo, o economista diz que a queda foi maior do que o esperado. "Esse declínio assusta por causa da magnitude da retração."
Fernando Sarti, economista da Unicamp, prefere não usar o termo recessão, mas diz que a conjuntura industrial "é preocupante". Segundo Sarti, apenas um grupo pequeno de indústrias conseguiu manter as vendas -recorrendo ao mercado externo. As demais sofrem com a queda da renda e a falta de crédito. "Você não pode brincar de juros altos e achar que isso não vai afetar o nível de produção industrial."
Luis Cezario, economista da LCA Consultores, estima que o setor voltará a crescer, na melhor das hipóteses, no último trimestre deste ano. "Mesmo que o Banco Central comece a baixar os juros agora, os efeitos positivos sobre a atividade econômica começariam em alguns meses. Na prática, as decisões de política monetária, a partir de agora, afetarão a economia brasileira em 2004", diz.
"Os próximos meses devem ter resultados tão ruins quanto os de abril. Melhora, talvez em 2004. Para este ano, todas as decisões já foram tomadas", avalia José Augusto Savasini, economista da Rosemberg Associados.
A perspectiva da indústria paulista para o segundo semestre também não é das melhores. "A situação internacional atualmente não é das mais favoráveis para exportações, que salvaram alguns setores", diz Clarice Messer, diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).


Colaborou Marcelo Billi, da Reportagem Local


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