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Abril foi ruim e maio será pior, diz instituto, que reviu previsão de crescimento do setor no ano de 1,5% para 0,5%
Indústria já está em recessão, afirma Iedi
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria brasileira está em recessão, segundo avaliação do Iedi
(Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que
reviu sua estimativa de crescimento da produção industrial de
1,5% para 0,5% em 2003.
O instituto considera como recessão industrial dois meses seguidos de queda na produção.
Com base nos dados sobre produção industrial do IBGE, os técnicos do Iedi calculam taxas de crescimento para vários setores.
O economista Júlio Gomes de
Almeida, diretor-executivo do
instituto, diz que abril foi o primeiro mês, neste ano, em que a
produção industrial encolheu em
relação ao mês anterior -a estimativa é diferente da pesquisa do
IBGE, segundo a qual abril foi o
segundo mês de queda. "Maio vai
vir pior. Ou seja, já estamos em recessão", avalia Almeida.
Apesar de já esperar o resultado
negativo, o economista diz que a
queda foi maior do que o esperado. "Esse declínio assusta por
causa da magnitude da retração."
Fernando Sarti, economista da
Unicamp, prefere não usar o termo recessão, mas diz que a conjuntura industrial "é preocupante". Segundo Sarti, apenas um
grupo pequeno de indústrias conseguiu manter as vendas -recorrendo ao mercado externo. As demais sofrem com a queda da renda e a falta de crédito. "Você não
pode brincar de juros altos e achar
que isso não vai afetar o nível de
produção industrial."
Luis Cezario, economista da
LCA Consultores, estima que o
setor voltará a crescer, na melhor
das hipóteses, no último trimestre
deste ano. "Mesmo que o Banco
Central comece a baixar os juros
agora, os efeitos positivos sobre a
atividade econômica começariam
em alguns meses. Na prática, as
decisões de política monetária, a
partir de agora, afetarão a economia brasileira em 2004", diz.
"Os próximos meses devem ter
resultados tão ruins quanto os de
abril. Melhora, talvez em 2004.
Para este ano, todas as decisões já
foram tomadas", avalia José Augusto Savasini, economista da
Rosemberg Associados.
A perspectiva da indústria paulista para o segundo semestre
também não é das melhores. "A
situação internacional atualmente não é das mais favoráveis para
exportações, que salvaram alguns
setores", diz Clarice Messer, diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo).
Colaborou Marcelo Billi,
da Reportagem Local
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