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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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EUROCETICISMO

Governo diz que país ainda não está pronto para substituir a libra

Reino Unido adia decisão sobre euro

Johnny Green-pa Associated Press
"Mantenha a libra", diz cartaz de britânico, que faz protesto em Londres, diante do Parlamento


DA REDAÇÃO

O Reino Unido ainda não se considera preparado para aderir ao euro. De acordo com o ministro das Finanças, Gordon Brown, ainda é necessária uma maior sintonia econômica com os 12 países da União Européia que adotam a moeda única desde janeiro do ano passado.
O primeiro-ministro Tony Blair decidiu adiar para o ano que vem o referendo a respeito de se o país deve ou não abandonar a tradicional libra esterlina. Para os analistas, Blair, que defende a adoção do euro, preferiu ganhar algum tempo, enquanto reduz o ruidoso coro dos "eurocéticos" no Reino Unido (Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte).
Falando ontem ao Parlamento britânico, Brown disse que houve avanços, desde 1997, nos cinco testes econômicos estipulados para decidir se o país deve ou não adotar o euro. Mas as metas só foram atingidas em apenas um dos testes, o do impacto dos serviços financeiros.
Os outros quatro pontos que foram considerados ainda abaixo do esperado são: convergência, flexibilidade, investimento e emprego. De acordo com Brown, uma nova análise será feita no começo do ano que vem.
"A associação à moeda única traria benefícios para os britânicos e para a Europa", disse Brown. Mas afirmou que "é uma decisão de amplas consequências, uma das mais importantes da história econômica do país".
Dos 15 países da União Européia, apenas Reino Unido, Suécia e Dinamarca não têm o euro como moeda. Os suecos terão um referendo em setembro, e o governo dinamarquês prepara um novo plebiscito (na primeira consulta popular, o "não" venceu).
Segundo Brown, a moeda única européia ampliaria a renda anual do país em 0,25%, ou US$ 5 bilhões. Mas o argumento parece ser insuficiente para convencer os dois terços da população que não querem deixar de usar a libra.
Quando assumiu o governo, em 1997, Blair já defendia a adoção do euro. A oposição conservadora é contrária à moeda única.


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