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ANO DO DRAGÃO
Queda no índice da FGV é a maior desde o início do Plano Real, em 94; dólar em baixa puxa recuo nos preços
Prévia do IGP-M mostra deflação de 0,47%
JULIANA RANGEL
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A primeira prévia do IGP-M
(Índice Geral de Preços do Mercado), medido pela FGV (Fundação
Getúlio Vargas), pode representar
um bom presságio para o mês. O
indicador registrou deflação de
0,47% entre 21 e 30 de maio, na
comparação com os 30 dias imediatamente anteriores.
Foi a maior queda desde o início
do Plano Real, em 1994. O recuo
foi puxado principalmente pela
valorização do câmbio nas últimas semanas, quando o dólar
vem se mantendo abaixo de R$ 3.
No período, o IPA (Índice de
Preços por Atacado) recuou
0,83%, contra queda de 0,30% em
maio. Já o IPC (Índice de Preços
do Consumidor) passou de uma
alta de 0,61% para 0,16% de um
mês para o outro. O índice de Preços da Construção Civil (INCC)
recuou de 0,59% para 0,31%.
Para o coordenador de análises
da FGV, Salomão Quadros, a queda do indicador mostra o recuo
dos preços industriais, que tinham disparado no ano passado.
Nos últimos 12 meses, esses produtos apresentam valorização de
36,56%. O IPA industrial passou
de uma alta de 0,11% em maio para queda de 0,60% em junho.
"Por outro lado, a queda desses
preços pode estar sendo provocada pelo desaquecimento da economia e a retração da demanda.
De qualquer forma, essa é uma situação que está sendo provocada
para conter a inflação. O lado
bom é que ela pode ser revertida",
avaliou Quadros.
No varejo, a queda de preços
chegou aos alimentos. O segmento passou de uma alta de 0,14% na
primeira prévia de maio para
queda de 0,11% em junho.
No final da noite, a FGV divulgou o IPC-S (Índice de Preços ao
Consumidor Semanal). O indicador apresentou variação de 0,75%
na quadrissemana encerrada em
3 de junho, interrompendo uma
sequência de seis quedas. O reajuste dos alimentos subiu de
0,25%, na semana do dia 26 de
maio, para 0,55% em junho.
O economista-chefe do Santander, André Lóes, diz que a principal preocupação é com o núcleo
da inflação, que mostrou alta de
1,13% no IPCA-15, maior que o
índice cheio, cuja variação foi de
0,85%. "A nossa projeção para o
IPCA não é muito animadora. Esperamos uma alta igual ou superior a 1%. Se ela se confirmar, ainda não será o momento de um
corte na taxa de juros", disse.
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