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São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Queda no índice da FGV é a maior desde o início do Plano Real, em 94; dólar em baixa puxa recuo nos preços

Prévia do IGP-M mostra deflação de 0,47%

JULIANA RANGEL
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), pode representar um bom presságio para o mês. O indicador registrou deflação de 0,47% entre 21 e 30 de maio, na comparação com os 30 dias imediatamente anteriores.
Foi a maior queda desde o início do Plano Real, em 1994. O recuo foi puxado principalmente pela valorização do câmbio nas últimas semanas, quando o dólar vem se mantendo abaixo de R$ 3.
No período, o IPA (Índice de Preços por Atacado) recuou 0,83%, contra queda de 0,30% em maio. Já o IPC (Índice de Preços do Consumidor) passou de uma alta de 0,61% para 0,16% de um mês para o outro. O índice de Preços da Construção Civil (INCC) recuou de 0,59% para 0,31%.
Para o coordenador de análises da FGV, Salomão Quadros, a queda do indicador mostra o recuo dos preços industriais, que tinham disparado no ano passado. Nos últimos 12 meses, esses produtos apresentam valorização de 36,56%. O IPA industrial passou de uma alta de 0,11% em maio para queda de 0,60% em junho.
"Por outro lado, a queda desses preços pode estar sendo provocada pelo desaquecimento da economia e a retração da demanda. De qualquer forma, essa é uma situação que está sendo provocada para conter a inflação. O lado bom é que ela pode ser revertida", avaliou Quadros.
No varejo, a queda de preços chegou aos alimentos. O segmento passou de uma alta de 0,14% na primeira prévia de maio para queda de 0,11% em junho.
No final da noite, a FGV divulgou o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal). O indicador apresentou variação de 0,75% na quadrissemana encerrada em 3 de junho, interrompendo uma sequência de seis quedas. O reajuste dos alimentos subiu de 0,25%, na semana do dia 26 de maio, para 0,55% em junho.
O economista-chefe do Santander, André Lóes, diz que a principal preocupação é com o núcleo da inflação, que mostrou alta de 1,13% no IPCA-15, maior que o índice cheio, cuja variação foi de 0,85%. "A nossa projeção para o IPCA não é muito animadora. Esperamos uma alta igual ou superior a 1%. Se ela se confirmar, ainda não será o momento de um corte na taxa de juros", disse.


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