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DEFESA DO CONSUMIDOR
Reclamações motivam inquérito
Câmara instala CPI para investigar irregularidade em planos de saúde
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados instala hoje uma CPI para apurar supostas irregularidades na atuação das empresas de plano de saúde do país.
Entre outros objetivos, os deputados deverão investigar a legalidade dos reajustes das mensalidades, supostos abusos nos contratos e outras falhas que são frutos de reclamações feitas aos órgãos de defesa do consumidor.
O deputado Henrique Fontana
(PT-RS), autor do requerimento
para a instalação da CPI, baseou
seu pedido em estudo do Idec
(Instituto Nacional de Defesa do
Consumidor) que teria apontado
infrações de planos de saúde contra "a ordem constitucional, legal,
econômica e social do país".
"Tendo em vista os limites que o
Executivo federal, ministérios públicos estaduais e Procons vêm
enfrentando para estancar esses
abusos reiterados e cometidos em
todo o país, faz-se necessário que
o Parlamento nacional não sucumba aos limites institucionais e
promova a mais ampla investigação a fim de dar cabo a essas práticas irregulares e aperfeiçoar a legislação vigente", afirmou o deputado -que será o presidente
da comissão- no requerimento.
O relator da CPI será o deputado José de Ribamar Costa Alves
(PSB-MA), que é médico. Segundo ele, a comissão centrará o foco
em três pontos: analisar se os planos de saúde estão agindo de má-fé, se os prestadores de serviços
aos planos estão sendo beneficiados ou prejudicados e se o usuário
está recebendo os benefícios relativos ao que está pagando.
"Essa é uma questão grave. Vale
dizer que o dinheiro movimentado pelos planos anualmente, cerca de R$ 23 bilhões, representa
quase que o mesmo montante
que o Ministério da Saúde dispõe", afirmou Alves.
O deputado acrescentou que o
volume de reclamações que os órgãos de defesa do consumidor recebe relativo à questão é outro
forte argumento a favor da investigação do Congresso.
A CPI tem prazo de duração de
120 dias, mas pode ser prorrogada
regimentalmente por mais dois
meses. As que ultrapassam esse
prazo, porém, não tem sido coibidas pela Mesa da Câmara, já que
há decisão do Supremo Tribunal
Federal de que o prazo de encerramento delas coincide com o recesso parlamentar.
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