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DISCÓRDIA NO CAMPO
Com mais de uma unidade contaminada por quilo, carregamento terá de ser analisado em laboratório
Soja terá limite de semente para liberação
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A soja produzida no Brasil só estará automaticamente liberada
para consumo interno ou exportação caso o carregamento do
produto contenha no máximo
uma semente tratada com fungicida por quilo de grãos. Os demais
carregamentos terão de ser submetidos a análises laboratoriais.
Ontem, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, anunciou as regras que irão controlar a
partir de agora a qualidade da soja
produzida no país. Ele assinou na
noite de ontem a instrução normativa com os novos padrões.
O novo critério de qualidade para a soja é um mecanismo do Ministério da Agricultura para evitar
constrangimentos, como a recusa
da China em receber quatro carregamentos de soja do Brasil.
Os carregamentos com mais de
uma partícula tóxica por quilo
(uma semente tratada é uma partícula tóxica) serão enviados para
uma análise laboratorial que determinará com precisão o nível de
contaminação do lote como um
todo, antes de receber a certificação do governo.
Esses níveis de toxicidade, medidos em partículas por milhão,
serão então comparados com as
exigências estabelecidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Caso estejam
abaixo dos níveis máximos permitidos pela agência, os grãos poderão ser vendidos no mercado
interno. Se estiver dentro dos padrões internacionais, o carregamento poderá ser exportado.
A soja que não respeitar esses
critérios não receberá o selo de
qualidade do Ministério da Agricultura. O carregamento será
considerado fora de padrão. A soja fora de padrão não poderá ser
consumida no país, mas poderá
ser exportada, caso o vendedor
comprove, por um contrato, que
o comprador externo aceita o
produto com aquela qualidade.
Embora o padrão de classificação da soja brasileira seja mais rigoroso do que o usado nos EUA
-que liberam carregamentos
que tenham até três partículas tóxicas por quilo-, ele é menos rigoroso do que as atuais exigências
dos chineses.
A China comunicou ao governo
brasileiro que só aceita carregamentos totalmente livres de sementes tóxicas. Rodrigues classifica a exigência de "tolerância zero" e tentará demovê-los dela.
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