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Economia tem expansão menor no 2º tri
Demanda segue aquecida, mas alguns indicadores mostram desaceleração entre abril e junho; IBGE divulga hoje PIB do 1º trimestre
Produção de setores como os de eletrônicos, vestuário e alimentos caiu em abril na comparação com março, mas avançou sobre 2007
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A economia brasileira continuou aquecida em abril, maio e
no início deste mês na comparação com igual período do ano
passado. Alguns indicadores,
porém, mostram que o país pode crescer menos neste trimestre sobre o anterior.
O IBGE divulga hoje o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no primeiro trimestre deste ano.
A expansão do crédito, dos
prazos de financiamento, do
emprego e da renda ainda mantém a demanda aquecida. E, como conseqüência, a produção e
o emprego estão maiores do
que no ano passado. "A expectativa, porém, é de uma acomodação desse crescimento. Se alguns setores estavam crescendo dois dígitos, poderão a partir
deste trimestre crescer um dígito", diz Fabiana D" Atri, economista da consultoria Mauá.
A produção industrial em
abril deste ano cresceu 10,1%
sobre abril do ano passado,
mas, na comparação com março, ficou praticamente estabilizada -o crescimento foi de
0,2%, com ajuste sazonal.
Em abril, os setores de bens
de consumo duráveis (eletrodomésticos), de semiduráveis
(vestuário e calçados) e não-duráveis (alimentos) apresentaram queda ao redor de 1% na
produção em relação a março,
mas todos eles registraram
crescimento em relação a igual
período de 2007.
"A indústria já vinha com sinais de crescimento menor
desde março. E isso ainda não
tem a ver com inflação ou alta
de juros. O que está acontecendo é desaceleração de setores
que cresciam a taxas até superiores a 20%, como o de bens de
capital, o de aparelhos celulares
e o automobilístico. Não é possível sustentar taxas como essas. Isso deve ter reflexo no desempenho da indústria e do
PIB, mas será apenas uma desaceleração do crescimento",
diz Júlio Gomes de Almeida,
consultor econômico do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial).
Em maio, a produção de carros caiu 3,5% em relação abril.
De janeiro a maio, porém, a
produção cresceu 21% sobre
igual período de 2007.
Outro sinal que indica crescimento menor da economia é
desempenho do mercado de
trabalho da indústria. Em abril,
o estoque de ocupados na indústria foi 2,6% maior do que o
de igual período de 2007. Desde outubro de 2007, a taxa girava em torno de 3%. "Significa
que o ritmo de contratação da
indústria, apesar de estar crescendo, cresce num ritmo menor do que o do final de 2007 e
início de 2008", diz Fábio Romão, da LCA Consultores.
Estabilização
André Rebelo, economista da
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
diz que a atividade da indústria
está estabilizada num nível alto. No acumulado dos últimos
12 meses terminados em abril,
o nível de atividade da indústria
paulista (INA) cresceu 7,7%. De
janeiro a abril deste ano, o crescimento foi de 9,3% sobre igual
período do ano passado.
A Associação Comercial de
São Paulo (ACSP) também vê
acomodação no consumo. Nos
meses de abril e maio, as vendas a prazo, medidas pelo número de consultas ao SPC, subiram 8,7% em relação a igual
período de 2007. As vendas à
vista, medidas pelo número de
consultas ao Usecheque, subiram 8,4%, no período. "O consumo continua no mesmo ritmo, por enquanto", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP.
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