São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2008

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Governo Bush não descarta fazer intervenção no dólar

Paulson diz que nenhuma medida pode ser eliminada para conter queda da moeda

Antes de viajar à Europa, Bush diz que dólar forte é de interesse para os EUA; moeda tem maior alta ante o euro em mais de um mês

DA REDAÇÃO

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, não descartou uma intervenção nos mercados como uma tentativa de interromper o ciclo de desvalorização do dólar em relação às principais moedas mundiais. Já o presidente George W. Bush disse que um dólar forte é de interesse dos Estados Unidos.
"Eu nunca tiraria a intervenção de sobre a mesa ou qualquer outra ferramenta", disse o secretário durante entrevista para a TV CNBC. "Eu não posso especular sobre o que faremos ou o que não faremos."
Bush falou mais de uma vez ontem sobre a necessidade de um dólar forte: em discurso na Casa Branca antes de sua viagem para a Europa (no que deve ser sua última ida à região antes do final do seu mandato, que termina em janeiro do ano que vem) e em entrevista ao jornal britânico "The Times".
Segundo a publicação, o mandatário não sugeriu uma intervenção nos mercados, com a compra da moeda americana, e disse que a "avaliação relativa das economias levará ao fortalecimento do dólar". Para o jornal, no entanto, Bush se mostrou preocupado com a perda de valor da moeda.
Ao contrário do que aconteceu mais de uma vez ao seu antecessor, Bill Clinton, o governo de George W. Bush não comprou dólares no mercado para impedir a desvalorização da moeda americana.
Depois das declarações dos dirigentes, o dólar chegou a subir 0,9% em relação ao euro, a maior alta em mais de mês. No final da tarde de ontem, o euro estava sendo comercializado a US$ 1,5642, ante US$ 1,5777 na última sexta-feira. O dólar vem perdendo valor há vários meses e essa tendência ganhou mais força depois que o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) iniciou seu ciclo de cortes nos juros, em setembro do ano passado.
Na semana passada, a queda do dólar foi provocada pelas declarações do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, de que a entidade pode aumentar os juros na próxima reunião. Ele repetiu a declaração ontem.

Recessão
O presidente do Fed, Ben Bernanke, disse ontem à noite que, no último mês, diminuíram as chances de uma "recessão substancial" nos EUA.
Ele falou ainda que os altos preços de matérias-primas como o petróleo se espalharam de forma limitada para o resto da economia, mas que é preciso continuar atento.


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