|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rumor sobre
negócio da
Vale afeta
a Bovespa
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O desempenho negativo dos
papéis da Vale foi decisivo para
a Bolsa de Valores de São Paulo
no primeiro pregão da semana.
A Bovespa encerrou ontem
com baixa de 0,72%, o que elevou suas perdas acumuladas no
mês para 4,56%.
Rumores de que a Vale tenta
realizar novas aquisições no exterior não foram bem recebidos. O que desagrada aos investidores nesse tipo de negócio é
a possibilidade de elevação do
endividamento da companhia,
que captaria recursos no exterior para poder concretizar a
hipotética futura aquisição.
A ação ON (ordinária, com
direito a voto) da Vale fechou o
pregão com perdas de 3,38%; a
preferencial "A" recuou 1,74%.
Juntos, os papéis responderam
por cerca de 19% do total movimentado no pregão. No pior
momento, as ações caíram
5,08% (ON) e 3,44% (PNA).
Um dos alvos da empresa no
exterior, segundo os rumores
que circularam no mercado, seria a Alcoa, uma das líderes
mundiais na produção de alumínio. Na Bolsa de Nova York,
as ações da Alcoa foram destaque de alta, ao se apreciarem
em 7,5% no pregão de ontem.
Outra empresa que poderia
ser alvo de compra, segundo
profissionais do mercado, é a
Freeport, que tem em uma de
suas importantes atuações o
setor de cobre. Sua ação subiu
2,15% em Nova York.
A queda do níquel em Londres, que recuou mais de 2% e
foi a seu mais baixo patamar
em dois anos, também desfavoreceu a Vale. Eduardo Roche,
do Modal Asset Management,
disse à Bloomberg que a queda
da Vale acompanhou "a baixa
do níquel e os rumores de que
pode fazer uma oferta para
comprar uma companhia".
A depreciação do barril de
petróleo foi outro fator negativo para a Bovespa, ao derrubar
as ações da Petrobras.
No fim do pregão, os papéis
da Petrobras tinham quedas de
0,33% (ON) e 0,23% (PN).
No mercado de Nova York, o
petróleo encerrou negociado a
US$ 134,35, em baixa de 3,02%.
Em Londres, o produto terminou com queda de 2,75%.
O desempenho das principais Bolsas de Valores do mundo ontem foi bem diverso. Nos
EUA, o índice Dow Jones, que
agrupa as 30 ações americanas
de maior liquidez, teve elevação de 0,58%; a Bolsa eletrônica
Nasdaq, referência do setor
tecnológico, recuou 0,61%.
Em Londres, a Bolsa recuou
0,49%. Já Frankfurt terminou
em alta de 0,17%.
O setor bancário voltou a ser
um pólo de preocupações para
analistas e investidores, que
não têm poupado suas ações.
Entre as mais pesadas baixas
em Nova York ontem, apareceram as ações do Lehman Brothers, que desabaram 8,7%, as
do JPMorgan Chase (-6,44%) e
as do Morgan Stanley (-3,48%).
A percepção do mercado é
que os bancos ainda não superaram a crise do "subprime"
(hipotecas de alto risco) e que
novas perdas e necessidades de
aportes devem ser divulgadas
pelas instituições.
O mercado de câmbio brasileiro atuou descolado do cenário internacional, em que o dólar se recuperou diante do euro
e do iene. No Brasil, o dólar perdeu 0,43% de seu valor ontem,
ao fechar a R$ 1,627, menor nível desde janeiro de 1999. A
moeda americana registra depreciação de 8,44% diante do
real no ano.
Texto Anterior: Saúde: McDonald's suspende venda de sanduíche com tomate nos EUA Próximo Texto: Investimento: Poupança tem saldo de R$ 1,1 bilhão Índice
|