São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rumor sobre negócio da Vale afeta a Bovespa

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O desempenho negativo dos papéis da Vale foi decisivo para a Bolsa de Valores de São Paulo no primeiro pregão da semana. A Bovespa encerrou ontem com baixa de 0,72%, o que elevou suas perdas acumuladas no mês para 4,56%.
Rumores de que a Vale tenta realizar novas aquisições no exterior não foram bem recebidos. O que desagrada aos investidores nesse tipo de negócio é a possibilidade de elevação do endividamento da companhia, que captaria recursos no exterior para poder concretizar a hipotética futura aquisição.
A ação ON (ordinária, com direito a voto) da Vale fechou o pregão com perdas de 3,38%; a preferencial "A" recuou 1,74%. Juntos, os papéis responderam por cerca de 19% do total movimentado no pregão. No pior momento, as ações caíram 5,08% (ON) e 3,44% (PNA).
Um dos alvos da empresa no exterior, segundo os rumores que circularam no mercado, seria a Alcoa, uma das líderes mundiais na produção de alumínio. Na Bolsa de Nova York, as ações da Alcoa foram destaque de alta, ao se apreciarem em 7,5% no pregão de ontem.
Outra empresa que poderia ser alvo de compra, segundo profissionais do mercado, é a Freeport, que tem em uma de suas importantes atuações o setor de cobre. Sua ação subiu 2,15% em Nova York.
A queda do níquel em Londres, que recuou mais de 2% e foi a seu mais baixo patamar em dois anos, também desfavoreceu a Vale. Eduardo Roche, do Modal Asset Management, disse à Bloomberg que a queda da Vale acompanhou "a baixa do níquel e os rumores de que pode fazer uma oferta para comprar uma companhia".
A depreciação do barril de petróleo foi outro fator negativo para a Bovespa, ao derrubar as ações da Petrobras.
No fim do pregão, os papéis da Petrobras tinham quedas de 0,33% (ON) e 0,23% (PN).
No mercado de Nova York, o petróleo encerrou negociado a US$ 134,35, em baixa de 3,02%. Em Londres, o produto terminou com queda de 2,75%.
O desempenho das principais Bolsas de Valores do mundo ontem foi bem diverso. Nos EUA, o índice Dow Jones, que agrupa as 30 ações americanas de maior liquidez, teve elevação de 0,58%; a Bolsa eletrônica Nasdaq, referência do setor tecnológico, recuou 0,61%.
Em Londres, a Bolsa recuou 0,49%. Já Frankfurt terminou em alta de 0,17%.
O setor bancário voltou a ser um pólo de preocupações para analistas e investidores, que não têm poupado suas ações.
Entre as mais pesadas baixas em Nova York ontem, apareceram as ações do Lehman Brothers, que desabaram 8,7%, as do JPMorgan Chase (-6,44%) e as do Morgan Stanley (-3,48%).
A percepção do mercado é que os bancos ainda não superaram a crise do "subprime" (hipotecas de alto risco) e que novas perdas e necessidades de aportes devem ser divulgadas pelas instituições.
O mercado de câmbio brasileiro atuou descolado do cenário internacional, em que o dólar se recuperou diante do euro e do iene. No Brasil, o dólar perdeu 0,43% de seu valor ontem, ao fechar a R$ 1,627, menor nível desde janeiro de 1999. A moeda americana registra depreciação de 8,44% diante do real no ano.


Texto Anterior: Saúde: McDonald's suspende venda de sanduíche com tomate nos EUA
Próximo Texto: Investimento: Poupança tem saldo de R$ 1,1 bilhão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.