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IGP-DI avança 1,89%, maior índice desde 2003
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Puxado pela alta de alimentos no atacado, o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) chegou ao "pico" de 1,89% em junho, segundo a FGV (Fundação Getulio
Vargas). Foi a mais alta taxa
desde janeiro de 2003 (2,17%).
Em maio, o índice registrara
variação semelhante: 1,88%.
O IPA (Índice de Preços por
Atacado) subiu 2,29% em junho, maior variação desde dezembro de 2002 (3,14%). Foi
impulsionado especialmente
por nova rodada de reajustes
dos preços agrícolas no atacado, liderada por soja (10,17%) e
bovinos (11,29%). Sozinhos, os
dois produtos contribuíram
com um ponto percentual do
IPA e 0,60 ponto do IGP-DI.
Para Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV, o IGP-DI atingiu "o
pico" em junho, mas já há sinais
de "desaceleração gradual" nos
próximos meses. Os preços de
diesel, minério de ferro, fertilizantes e arroz cederam, diz, o
que deve assegurar um recuo
-mas nada muito significativo.
"No balanço geral, deve haver uma desaceleração, mas
bem gradual. Saem algumas
pressões, mas entram outras."
Um exemplo é o feijão, que subiu 23,82% em junho, acima
dos 3,89% de maio.
Em junho, os preços agrícolas no atacado avançaram
3,88% -mais que os 2,47% de
maio. Já os industriais se desaceleraram: de 2,13% para
1,69%. Em 12 meses, o IPA subiu 17,9%. No ano, 8,48%.
Quadros disse que, mesmo
que as taxas mensais cedam
nos próximos meses, o indicador acumulado em 12 meses
tende a se manter pressionado
porque não se esperam resultados tão baixos quanto em meados do ano passado. Em 12 meses, o IGP-DI subiu 13,96%. De
janeiro a junho, a alta ficou em
7,14%. O índice corrige uma
parcela da tarifa de telefonia e
outros contratos privados.
Segundo o economista Luiz
Roberto Cunha, da PUC-RJ, o
IGP-DI não trouxe surpresas e
deve se manter pressionado
neste mês ainda por conta da
alta dos alimentos.
No varejo, os preços começaram a se desacelerar: o IPC (Índice de Preços ao Consumidor)
subiu 0,77% em junho, ante
0,87% em maio. A freada foi
provocada pelo arrefecimento
dos preços de hortaliças e legumes -alta de 0,83% em junho,
ante 10,20% em maio. Com isso, a alta do grupo alimentação
declinou, de 2,33% para 1,85%.
Também ajudaram a conter a
inflação altas menores de laticínios e de derivados de trigo
-o pão francês cedeu de 7,08%
em maio para 1,53% em junho.
Mas carnes, arroz (mesmo
com a freada no atacado) e feijão seguem pressionados. Esses
produtos aumentaram 8,05%,
12,55% e 14,46% em junho, respectivamente.
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