São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008

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IGP-DI avança 1,89%, maior índice desde 2003

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Puxado pela alta de alimentos no atacado, o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) chegou ao "pico" de 1,89% em junho, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). Foi a mais alta taxa desde janeiro de 2003 (2,17%). Em maio, o índice registrara variação semelhante: 1,88%.
O IPA (Índice de Preços por Atacado) subiu 2,29% em junho, maior variação desde dezembro de 2002 (3,14%). Foi impulsionado especialmente por nova rodada de reajustes dos preços agrícolas no atacado, liderada por soja (10,17%) e bovinos (11,29%). Sozinhos, os dois produtos contribuíram com um ponto percentual do IPA e 0,60 ponto do IGP-DI.
Para Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV, o IGP-DI atingiu "o pico" em junho, mas já há sinais de "desaceleração gradual" nos próximos meses. Os preços de diesel, minério de ferro, fertilizantes e arroz cederam, diz, o que deve assegurar um recuo -mas nada muito significativo.
"No balanço geral, deve haver uma desaceleração, mas bem gradual. Saem algumas pressões, mas entram outras." Um exemplo é o feijão, que subiu 23,82% em junho, acima dos 3,89% de maio.
Em junho, os preços agrícolas no atacado avançaram 3,88% -mais que os 2,47% de maio. Já os industriais se desaceleraram: de 2,13% para 1,69%. Em 12 meses, o IPA subiu 17,9%. No ano, 8,48%.
Quadros disse que, mesmo que as taxas mensais cedam nos próximos meses, o indicador acumulado em 12 meses tende a se manter pressionado porque não se esperam resultados tão baixos quanto em meados do ano passado. Em 12 meses, o IGP-DI subiu 13,96%. De janeiro a junho, a alta ficou em 7,14%. O índice corrige uma parcela da tarifa de telefonia e outros contratos privados.
Segundo o economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-RJ, o IGP-DI não trouxe surpresas e deve se manter pressionado neste mês ainda por conta da alta dos alimentos.
No varejo, os preços começaram a se desacelerar: o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,77% em junho, ante 0,87% em maio. A freada foi provocada pelo arrefecimento dos preços de hortaliças e legumes -alta de 0,83% em junho, ante 10,20% em maio. Com isso, a alta do grupo alimentação declinou, de 2,33% para 1,85%.
Também ajudaram a conter a inflação altas menores de laticínios e de derivados de trigo -o pão francês cedeu de 7,08% em maio para 1,53% em junho.
Mas carnes, arroz (mesmo com a freada no atacado) e feijão seguem pressionados. Esses produtos aumentaram 8,05%, 12,55% e 14,46% em junho, respectivamente.


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