São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2008

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Álcool sobe 12,5% no Nordeste; postos apontam falta do produto

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Os postos de revenda de combustíveis do Nordeste reajustaram o preço do álcool em até 12,5% nos últimos dias, sob alegação de falta do produto.
Segundo os empresários do setor, o desabastecimento está ligado ao aumento do consumo, ao período de entressafra da cana-de-açúcar na região e à falta de estoques reguladores.
O consumo de álcool, dizem, dobrou este ano em relação a 2007, sem que houvesse um plano estratégico de estocagem para a entressafra. As distribuidoras passaram a buscar o combustível em São Paulo, Minas Gerais e Goiás e o custo extra está sendo repassado ao consumidor, dizem os empresários.
Eles afirmam que houve reajuste no frete, com a decisão do governo federal de aumentar o percentual de mistura do biodiesel no óleo diesel, de 2% para 3%, a partir de 1º de julho. Caminhões-tanque passaram a transportar o produto, reduzindo a oferta de veículos para carregamento de álcool.
Nos três maiores Estados nordestinos -Pernambuco, Bahia e Ceará-, os reajustes na bomba variaram de R$ 0,10 a R$ 0,20 por litro, nas capitais.
Em Pernambuco, onde existem 24 usinas de cana, houve o maior aumento: de R$ 1,59 para R$ 1,79. Na Bahia e no Ceará, o valor médio chegou a R$ 1,89.
Apesar do aumento, o abastecimento continua irregular. Wladimir Figueiredo, diretor do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Pernambuco, disse que cerca de 40% dos 1.200 postos estaduais foram afetados. Na Bahia, revendedores não receberam álcool "três ou quatro dias seguidos", afirmou o presidente do sindicato estadual, Walter Tannus. "As distribuidoras melhoraram a entrega esta semana, mas não é uma situação definitiva." No Ceará, o desabastecimento atinge 15% dos 900 postos do Estado, estimou o presidente do sindicato da categoria, José Carlos Oliveira. Ele diz que também há falta de álcool anidro para misturar à gasolina.


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