São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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PETRÓLEO

Campo-gigante foi encontrado na bacia de Campos a 1.246 m de profundidade, no sul do ES, a 80 km do litoral

Petrobras faz maior descoberta desde 96

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras anunciou ontem sua maior descoberta de petróleo desde 1996. Trata-se de um campo-gigante, localizado na bacia de Campos, com reservas de óleo estimadas em 600 milhões de barris.
O óleo foi encontrado em águas profundas, a 1.246 m de profundidade, na altura do sul do Estado do Espírito Santo e a 80 km do litoral.
A maior descoberta da Petrobras continua sendo a do campo de Roncador, também na bacia de Campos, em 1996. A reserva do campo é estimada em 2 bilhões de barris. Para ser considerado gigante, um campo deve ter reservatórios superiores a 100 milhões de barris.
"É uma descoberta muito importante. Desde 1996, não tínhamos uma desse tamanho. Os testes indicam que é um reservatório excelente", disse o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Coutinho Barbosa.
Durante a fase de testes, a estatal conseguiu extrair 3.000 mil barris diários de óleo de um poço perfurado no mês passado. Estima que dele poderão ser tirados até 20 mil barris por dia.
São considerados poços de altíssima produção os que jorram mais de 10 mil barris por dia. Em Roncador, cuja retirada de óleo despencou depois do afundamento da plataforma P-36 em março de 2001, a extração é de 30 mil barris em 49 poços.
Segundo Coutinho, a expectativa é já estar explorando comercialmente -extraindo óleo em escala suficiente para ser comercializado- o novo campo no fim desde ano ou, no máximo, no início de 2003.
Para determinar a viabilidade comercial do campo, serão furados mais dois poços, que passarão por um teste de longa duração de seis meses. Passado esse período, a descoberta será apresentada à ANP (Agência Nacional do Petróleo) e começará o desenvolvimento da produção.
A única desvantagem da descoberta é o tipo de óleo achado: muito viscoso e pesado. O produto tem 17º API -medida de densidade, que, quanto mais alta, indica um produto mais leve e de maior valor comercial.
Para comparar, o óleo do campo de Marlim (bacia de Campos), com 22º API, é exportado, pois as refinarias nacionais não têm condições de processá-lo. Quanto mais leve, o óleo necessita de menos investimentos em refino e rende mais derivados nobres, como a nafta e a gasolina.
Para Coutinho, a descoberta de um óleo pesado não é problema. Diz que o que importa é a capacidade de vazão do produto. No caso, afirma, o produto é extraído de uma rocha de "excelente qualidade", que permite ao óleo fluir, sem grandes investimentos.



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