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PETRÓLEO
Campo-gigante foi encontrado na bacia de Campos a 1.246 m de profundidade, no sul do ES, a 80 km do litoral
Petrobras faz maior descoberta desde 96
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A Petrobras anunciou ontem
sua maior descoberta de petróleo
desde 1996. Trata-se de um campo-gigante, localizado na bacia de
Campos, com reservas de óleo estimadas em 600 milhões de barris.
O óleo foi encontrado em águas
profundas, a 1.246 m de profundidade, na altura do sul do Estado
do Espírito Santo e a 80 km do litoral.
A maior descoberta da Petrobras continua sendo a do campo
de Roncador, também na bacia de
Campos, em 1996. A reserva do
campo é estimada em 2 bilhões de
barris. Para ser considerado gigante, um campo deve ter reservatórios superiores a 100 milhões
de barris.
"É uma descoberta muito importante. Desde 1996, não tínhamos uma desse tamanho. Os testes indicam que é um reservatório
excelente", disse o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Coutinho Barbosa.
Durante a fase de testes, a estatal
conseguiu extrair 3.000 mil barris
diários de óleo de um poço perfurado no mês passado. Estima que
dele poderão ser tirados até 20 mil
barris por dia.
São considerados poços de altíssima produção os que jorram
mais de 10 mil barris por dia. Em
Roncador, cuja retirada de óleo
despencou depois do afundamento da plataforma P-36 em
março de 2001, a extração é de 30
mil barris em 49 poços.
Segundo Coutinho, a expectativa é já estar explorando comercialmente -extraindo óleo em
escala suficiente para ser comercializado- o novo campo no fim
desde ano ou, no máximo, no início de 2003.
Para determinar a viabilidade
comercial do campo, serão furados mais dois poços, que passarão
por um teste de longa duração de
seis meses. Passado esse período,
a descoberta será apresentada à
ANP (Agência Nacional do Petróleo) e começará o desenvolvimento da produção.
A única desvantagem da descoberta é o tipo de óleo achado:
muito viscoso e pesado. O produto tem 17º API -medida de densidade, que, quanto mais alta, indica um produto mais leve e de
maior valor comercial.
Para comparar, o óleo do campo de Marlim (bacia de Campos),
com 22º API, é exportado, pois as
refinarias nacionais não têm condições de processá-lo. Quanto
mais leve, o óleo necessita de menos investimentos em refino e
rende mais derivados nobres, como a nafta e a gasolina.
Para Coutinho, a descoberta de
um óleo pesado não é problema.
Diz que o que importa é a capacidade de vazão do produto. No caso, afirma, o produto é extraído de uma rocha de "excelente qualidade", que permite ao óleo fluir, sem grandes investimentos.
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