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SP puxa recuo de 1,7% na indústria do país em junho
Estado tem retração de 2,3%; queda ocorre em 10 das 14 regiões pesquisadas
Manutenção em
plataformas de petróleo,
greve da Receita e redução
do volume de exportações
afetam produção, diz IBGE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A produção da indústria caiu
em 10 dos 14 locais pesquisados
pelo IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística) em
junho na comparação livre de
influências sazonais com maio
-naquele mês, nove áreas haviam registrado crescimento.
A queda mais intensa ficou
com o Amazonas (5,4%) em razão da menor produção de telefones celulares. Foi, porém, a
indústria de São Paulo (-2,3%),
de maior peso, que mais contribuiu para a retração de 1,7% da
indústria na média nacional. O
setor fabril do Estado teve o
pior desempenho desde janeiro
deste ano (-2,6%).
Também tiveram desempenho negativo as indústrias do
Paraná (-4,3%), do Rio (-2,8%),
de Minas Gerais (-2,7%), da Bahia (-2%), de Goiás (-1,9%), da
região Nordeste (-1,8%), do Rio
Grande do Sul (-1,2%) e de Santa Catarina (-0,7%). Só registraram expansão Espírito Santo (5,1%), Pernambuco (2,2%),
Ceará (0,9%) e Pará (0,2%).
Pela primeira vez, o IBGE divulgou dados da Pesquisa Industrial Regional com ajuste
sazonal, que permite comparações entre meses diferentes.
Para Isabela Nunes, gerente
da Coordenação de Indústria
do IBGE, vários foram os motivos que explicam a retração na
maior parte das áreas: greve da
Receita Federal, manutenção
em plataformas de petróleo e
redução do volume de exportações. "A indústria em junho
mostrou uma predominância
de resultados negativos. Foi um
comportamento generalizado."
O fraco desempenho de São
Paulo foi puxado pela indústria
automobilística, em razão de
greves em montadoras.
Apesar da freada em junho, a
indústria paulista acelerou o
crescimento no segundo trimestre -alta de 1,3% ante o
primeiro trimestre (0,9%). A
expansão ficou acima da média
do país (0,5%).
Na comparação com junho
de 2005, a indústria paulista
ainda manteve crescimento:
0,5%. No primeiro semestre,
houve expansão de 3,4%. Nesse
período, a produção subiu em
10 das 14 áreas pesquisadas.
O Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial) ressalta, em relatório,
que o crescimento no semestre,
"apesar de ter abrangido quase
todos os Estados brasileiros",
foi concentrado em poucos setores. Para o instituto, tal fenômeno mostra que a expansão é
"vulnerável" a mudanças no cenário internacional (menor expansão do comércio ou queda
dos preços das commodities) e
à desaceleração do consumo,
provocada pelo maior endividamento das famílias.
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