São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2006

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SP puxa recuo de 1,7% na indústria do país em junho

Estado tem retração de 2,3%; queda ocorre em 10 das 14 regiões pesquisadas

Manutenção em plataformas de petróleo, greve da Receita e redução do volume de exportações afetam produção, diz IBGE


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A produção da indústria caiu em 10 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em junho na comparação livre de influências sazonais com maio -naquele mês, nove áreas haviam registrado crescimento.
A queda mais intensa ficou com o Amazonas (5,4%) em razão da menor produção de telefones celulares. Foi, porém, a indústria de São Paulo (-2,3%), de maior peso, que mais contribuiu para a retração de 1,7% da indústria na média nacional. O setor fabril do Estado teve o pior desempenho desde janeiro deste ano (-2,6%).
Também tiveram desempenho negativo as indústrias do Paraná (-4,3%), do Rio (-2,8%), de Minas Gerais (-2,7%), da Bahia (-2%), de Goiás (-1,9%), da região Nordeste (-1,8%), do Rio Grande do Sul (-1,2%) e de Santa Catarina (-0,7%). Só registraram expansão Espírito Santo (5,1%), Pernambuco (2,2%), Ceará (0,9%) e Pará (0,2%).
Pela primeira vez, o IBGE divulgou dados da Pesquisa Industrial Regional com ajuste sazonal, que permite comparações entre meses diferentes.
Para Isabela Nunes, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, vários foram os motivos que explicam a retração na maior parte das áreas: greve da Receita Federal, manutenção em plataformas de petróleo e redução do volume de exportações. "A indústria em junho mostrou uma predominância de resultados negativos. Foi um comportamento generalizado."
O fraco desempenho de São Paulo foi puxado pela indústria automobilística, em razão de greves em montadoras.
Apesar da freada em junho, a indústria paulista acelerou o crescimento no segundo trimestre -alta de 1,3% ante o primeiro trimestre (0,9%). A expansão ficou acima da média do país (0,5%).
Na comparação com junho de 2005, a indústria paulista ainda manteve crescimento: 0,5%. No primeiro semestre, houve expansão de 3,4%. Nesse período, a produção subiu em 10 das 14 áreas pesquisadas.
O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) ressalta, em relatório, que o crescimento no semestre, "apesar de ter abrangido quase todos os Estados brasileiros", foi concentrado em poucos setores. Para o instituto, tal fenômeno mostra que a expansão é "vulnerável" a mudanças no cenário internacional (menor expansão do comércio ou queda dos preços das commodities) e à desaceleração do consumo, provocada pelo maior endividamento das famílias.


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