São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2006

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Greve de prestadores de serviço ameaça vôos

CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Os funcionários da Sata, maior empresa prestadora de serviços para a Varig, iniciaram ao meio-dia de ontem paralisação por 24 horas nos aeroportos do Rio de Janeiro. Eles protestam contra o atraso no recebimento de benefícios, como cesta básica, vale-refeição e vale-transporte, e o parcelamento de salários há três meses.
O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Fernando Galdino da Silva, estima que a adesão ao movimento tenha chegado a cerca de 1.000 dos 2.000 trabalhadores ao longo de todo o dia no Aeroporto Tom Jobim. No Aeroporto Santos Dumont a adesão foi praticamente nula.
A Sata não pertence nem à nova nem à velha Varig. É uma empresa da antiga controladora da empresa aérea, a Fundação Ruben Berta. A empresa tem 5.300 funcionários em todo o país e cuida do carregamento e descarregamento de aeronaves, além de fazer a limpeza de aviões de várias companhias, entre outros serviços.
Além da Varig, a Sata presta serviços para a VarigLog e companhias aéreas como Air France, Aerolíneas Argentinas, Pluna, TAP, Ocean Air e Webjet, entre outras.
Os trabalhadores marcaram nova assembléia para hoje, quando decidem se continuam ou não com a greve. Segundo a presidente do sindicato, Selma Balbino, os trabalhadores podem parar por tempo indeterminado. "A empresa ainda não pagou o vale-refeição nem o vale-transporte, o que faz muita diferença para quem ganha esse tipo de salário."
Anteontem, os funcionários da Sata no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, pararam entre 18h e 20h. Segundo Armando de Almeida, secretário-geral do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, os trabalhadores decidiram retornar às atividades depois que a direção da empresa ofereceu pagamento integral dos salários líquidos até R$ 300 e de 25% dos salários até R$ 1.000, além de parte dos benefícios, como a metade da cesta básica.

Lista de demitidos
A Varig ainda não entregou a lista de demitidos requerida pela Justiça do Trabalho e informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
A juíza Maria Theresa da Costa Prata, da 63ª Vara do Trabalho, determinou que a empresa forneça, no prazo máximo de dez dias, a relação dos funcionários demitidos de julho a agosto, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
A companhia aérea anunciou corte de 5.500 funcionários no dia 28 de julho.
Os sindicatos pediram à Justiça a liberação das guias de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e seguro-desemprego, o que não é possível sem a lista. Álvaro Quintão, advogado dos sindicatos, já disse que, caso a aérea não entregue as guias, a juíza pode liberar o FGTS por alvará.


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