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"Paciência se esgotou", diz Ministério Público
DA SUCURSAL DO RIO
A explicação de promotores e
procuradores para a proliferação de ações milionárias contra
as empresas telefônicas é simples: ""A paciência se esgotou".
Levantamento do Sindec
(Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor), com base em 607.746 reclamações em 211 unidades do
Procon nos últimos quatro
anos, mostra que o setor é campeão de reclamações (32,95%).
""Só multas milionárias dobrarão as teles. Elas têm que
sentir o peso no bolso", diz o
promotor de Justiça Eduardo
Santos, de Seara (SC), que há 15
dias obteve o bloqueio de R$ 5,9
milhões da BrT (da Telemar),
num processo que questiona a
venda de seguros para desconto na conta telefônica. A empresa conseguiu liminar para
desbloquear o dinheiro.
""Estourou. Ninguém aguenta mais. Não podemos permitir
que os Procons fiquem por conta de atender queixas contra as
teles", afirma a superintendente do Procon de Goiás, Letícia
Franco de Araújo, que, no início de junho, suspendeu a venda de telefones fixos e celulares
pela Brasil Telecom. A suspensão das vendas durou seis dias,
e a empresa reiniciou a comercialização após obter liminar
judicial. Segundo a superintendente, a medida deu resultado.
As reclamações contra a empresa no Procon de Goiás caíram de 2.689 em maio para
1.637 em junho.
Onda de ações
A onda de ações milionárias
contra as teles cresce em ritmo
acelerado. Na semana passada,
o Ministério Público Federal
ajuizou ação contra a Oi de R$
5,5 milhões, pela prática de cobrança de assinatura mensal
mesmo quando o serviço está
bloqueado por inadimplência
ou a pedido do cliente.
No Ceará, o juiz substituto da
10ª Vara Federal, Nagib Melo
Jorge Neto, impôs o pagamento de indenização de R$ 15,5
milhões à mesma Oi por não
disponibilizar cartões telefônicos de 20 créditos, mas só os
mais caros, de 40 e 60 créditos.
A empresa recorreu da sentença, e o pagamento da indenização foi suspenso até o julgamento do mérito do recurso.
Na Paraíba, outra ação de indenização contra a Oi, de R$ 10
milhões, foi proposta pelo Ministério Público Federal. Motivo: a empresa não permite o
acesso dos clientes às gravações
das chamadas para o seu serviço de teleatendimento.
Para o procurador Yordan
Delgado, que moveu a ação, o
objetivo da empresa, ao negar o
acesso, seria ""lançar um véu de
segredo sobre práticas comerciais abusivas". O MPF quer
que os clientes tenham acesso
às gravações, mediante pedido,
mas a Oi alega, no processo, que
cada solicitação tem de ser examinada individualmente.
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