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Levy vê mais interesse
de investidor no país
ÉRICA FRAGA
DE LONDRES
O interesse de investidores estrangeiros pelo Brasil é crescente,
segundo o secretário do Tesouro
Nacional, Joaquim Levy, que tem
participado, nos últimos dias, de
encontros com bancos e fundos
europeus. Levy vê um cenário positivo para o país, mas afirma que
é importante combater eventuais
sinais de inflação que podem
ameaçar o crescimento.
"Não posso dizer se há risco de
inflação agora, o Banco Central
pode responder isso melhor do
que eu. Mas, certamente, a inflação pode ser um risco para o crescimento (...) Se você deixar a inflação se acelerar, as pessoas podem
achar que você não está combatendo um risco potencial. Isso é
assim em muitos países", disse
Levy, antes de um encontro com
outros representantes do governo
brasileiro que estão em Londres
para reuniões com membros do
governo britânico.
Na última terça-feira, em uma
palestra para investidores, em
Londres, Levy e Alexandre
Schwartsman, diretor de Assuntos Internacionais do BC, haviam
ressaltado a importância de combater sinais de alta de preços.
Schwartsman chegou a falar que o
BC precisava empreender um esforço ainda maior para "desinflacionar" a economia do país.
Ontem, Levy afirmou que é importante que o governo mantenha as políticas macroeconômicas e a orientação de responsabilidade fiscal para que a confiança
de investidores no país continue
crescendo. Segundo ele, se isso
não ocorre, podem ser gerados,
inclusive, impactos inflacionários
negativos.
De acordo com o secretário do
Tesouro, quando investidores
vêem a demanda doméstica crescer, em conseqüência da recuperação econômica, mas acreditam
que a fase é temporária, podem
subir preços para aproveitar o
bom momento. Por outro lado,
caso apostem em uma retomada
de longo prazo, diz ele, a tendência é que os empresários prefiram
manter os preços no mesmo patamar, lucrar com o aumento das
vendas e investir de novo para aumentar a produção.
De forma geral, Levy disse que o
apetite de investidores de fora pelo Brasil tem crescido:
"Temos percebido que os investidores têm se tornado cada vez
mais interessados no Brasil", afirmou o secretário do Tesouro.
O resultado da emissão de
750 milhões anteontem, afirma
ele, é uma confirmação disso.
"A resposta foi muito boa. Conseguimos aumentar o preço [o
que significa que o governo vai
pagar juros menores] e a quantidade dos papéis ofertados", diz.
Como o Brasil já cumpriu o cronograma de emissões de US$ 4 bilhões planejado para 2004, o mercado especula agora sobre as possibilidades de que o governo
aproveite para fazer novas vendas
de títulos a fim de levantar recursos para atender às necessidades
de financiamento de 2005.
Segundo Levy, essa não é uma
possibilidade descartada, mas, diz
ele, ainda não há nada definido.
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