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SALTO NO ESCURO
Intenção é apressar a construção de 45 hidrelétricas; exigência de licença ambiental provoca os atrasos
Governo deve custear estudos para usinas
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo deverá custear a realização de estudos de impacto
ambiental adicionais que estão
sendo exigidos pelos governos de
Goiás e Paraná para liberar licenças ambientais para a construção
de usinas hidrelétricas.
A liberação das obras é importante para evitar falta de energia
entre 2007 e 2009. Para garantir o
abastecimento, o governo espera
que entrem em funcionamento
45 usinas hidrelétricas já licitadas,
mas ainda sem licença ambiental.
Essas usinas podem gerar
13.037 MW. O problema é que 24
delas, 38,7% da capacidade de aumento de geração, têm problemas
na liberação do licenciamento.
Um dos problemas para a liberação é a exigência de estudos
mais completos (e mais caros)
dos que o que o Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis, órgão ligado ao Ministério
do Meio Ambiente) exige.
Os órgãos ambientais de Goiás e
do Paraná pedem aos empreendedores privados que compraram as concessões das usinas a
apresentação de estudos que envolvem a análise do impacto da
construção nas bacias de vários
rios, e não apenas na do rio onde
ficará a barragem. Ainda não foi
definido como será o financiamento desses estudos.
Uma das possibilidades é que a
EPE (Empresa de Pesquisa Energética), estatal criada no novo
modelo para planejar o setor, fique responsável pela realização
dos estudos em rios federais. No
caso de rios estaduais, haverá um
financiamento ou repasse de recursos para que os governos estaduais façam o estudo.
O governo decidiu também agilizar a regulamentação, por meio
de lei a ser votada no Congresso,
do artigo 231 da Constituição, que
trata dos direitos dos índios. Essa
regulamentação criaria uma regra
para analisar a liberação da construção de usinas em terras indígenas, tornando mais ágil o processo de análise.
Em reunião com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Dilma Rousseff (Minas e
Energia), Marina Silva (Meio Ambiente) e José Dirceu (Casa Civil)
avaliaram o andamento das obras
das usinas hidrelétricas.
O governo pretende ainda negociar com o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB),
para retirar outros impedimentos
que existem ao licenciamento
ambiental naquele Estado.
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