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Investidores desconhecem risco de fundos
Preocupados com a rentabilidade, em geral os aplicadores não sabem quais títulos compõem as carteiras, afirmam consultores
Na opinião de economista, boa parte dos clientes não tem idéia de que, em tese, passou a correr mais riscos de crédito nos últimos anos
DA REPORTAGEM LOCAL
Cada vez mais um número
maior de pessoas tem aplicado
em fundos de investimentos.
Mas, se o investidor brasileiro
tem aprendido que pode ser
vantajoso buscar diversificação
e melhores retornos para suas
economias, ainda não está
preocupado em saber detalhadamente os riscos embutidos
em cada fundo.
"Em geral, o investidor brasileiro não sabe que títulos há na
carteira do fundo em que aplica
e quais riscos que carrega. Normalmente, as pessoas não se interessam por isso, estando mais
preocupadas apenas com a rentabilidade propiciada", diz o
consultor financeiro e professor Mauro Halfeld.
"O investidor tem o direito
de saber o que há no fundo em
que aplica. Mas apenas quando
ocorrem problemas mais graves é que se costuma correr
atrás para tentar compreender
o que aconteceu."
Um exemplo relativamente
recente do que seria o maior
risco representado pelo setor
privado em relação ao público é
o caso do Banco Santos.
Muitos fundos tinham em
suas carteiras CDBs emitidos
pela instituição financeira
quando ela sofreu intervenção
do BC no fim de 2004. Com sua
falência, esses títulos perderam
o valor que tinham e engoliram
a rentabilidade das aplicações.
Os CDBs são emitidos pelos
bancos e vendidos ao mercado.
Esse título paga uma taxa de juros, e seu risco está diretamente ligado à saúde financeira da
instituição. Se o banco quebrar,
o valor do CDB irá evaporar, levando junto as economias de
quem aplicou nele (ou em um
fundo que o tinha).
Independentemente do fundo em que invista, o cliente tem
o direito de pedir ao gestor detalhes da composição da carteira da aplicação. Essa é uma boa
forma de ter uma idéia mais
precisa do perfil do investimento que se está fazendo.
"O investidor pessoa física
tem direito, mas não costuma
se preocupar em saber o que há
na composição da aplicação
nem os riscos que cada título
que está na carteira representam", afirma Pedro Paulo Silveira, economista da Gradual
Corretora.
"Boa parte dos clientes não
tem consciência de que passou
nos últimos anos a correr, em
tese, riscos maiores de crédito
quando investe", diz Silveira.
Procura e oferta em alta
A diversificação do perfil das
carteiras de investimentos fez
com que crescesse nos últimos
anos a demanda por títulos privados. Dessa forma, as emissões de papéis como debêntures e ações tiveram recentes picos históricos de volume ofertado no mercado.
Neste ano, já alcança os R$
104 bilhões o volume de títulos
(ações, debêntures, notas promissórias e outros) emitidos
por empresas e bancos. Em todo o ano de 2006, foram lançados R$ 124,9 bilhões, segundo a
CVM (Comissão de Valores
Mobiliários). Ou seja, ainda faltando quase quatro meses para
o ano se encerrar, as emissões
feitas em 2007 já representam
83% do resultado obtido em
2006 -que foi o ano com melhor desempenho da história.
O mercado acionário tem sido um importante destaque no
ano. Foram 80 emissões de
ações no ano até o momento
-dentre estréias na Bolsa e papéis novos de companhias que
já tinham capital aberto-, totalizando R$ 40,3 bilhões.
Esse volume acompanha o
crescimento da participação
dos fundos de ações na indústria de fundos brasileira.
Os fundos de ações representam atualmente 10,8% do mercado total, sendo este o maior
percentual desde 1997.
(FABRICIO VIEIRA)
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