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Mercado abre sob tensão após quedas de sexta-feira
Feriado pode ter adiado impacto de dados dos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana deve começar tensa hoje depois que a divulgação
de dados negativos do emprego
americano na sexta-feira (primeira queda desde 2003) derrubou os mercados e elevou temores de uma recessão ou uma forte desaceleração nos EUA.
Como o mercado brasileiro
estava fechado pelo feriado de
Sete de Setembro, teme-se que
as perdas por aqui, num dia
ruim, sejam dobradas, ameaçando reverter a atual tendência de recuperação.
Na agenda nacional, destaque para a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que vai ser apresentada na quinta-feira. O
documento explicará as razões
dos membros do Copom para
optarem, por unanimidade, por
uma redução de 0,25 ponto
percentual na taxa básica da
economia, a Selic.
Na quarta-feira passada, o
Copom anunciou a queda de
11,5% para 11,25% na Selic.
Com a decisão unânime e a
elevação no IPCA de agosto, já
há analistas que contam com o
fim do processo de queda da taxa básica de juros em 2007.
O resultado do PIB (Produto
Interno Bruto) brasileiro do segundo trimestre, a ser divulgado na quarta, também será importante para que os agentes de
mercado avaliem como anda o
aquecimento da economia.
A soma de pressão inflacionária com um aquecimento
acima do projetado pode enterrar as expectativas de quem
ainda conta com a possibilidade de a taxa básica de juros da
economia ser reduzida no próximo encontro do Copom, nos
dias 16 e 17 de outubro.
No pregão da BM&F (Bolsa
de Mercadorias & Futuros) da
última quinta, as taxas dos contratos futuros sinalizavam que
aproximadamente 25% dos investidores estavam posicionados à espera de uma nova queda
da Selic em outubro.
Na quarta-feira também serão conhecidas as primeiras
prévias de índices de preços de
setembro, como o IPC da Fipe e
o IGP-M da FGV.
Nos Estados Unidos, hoje será divulgado o balanço de julho
do setor de crédito ao consumidor. Uma queda forte nesse indicador -mostrando indesejado desaquecimento econômico- pode derrubar as Bolsas.
Porém o dia mais importante
nos EUA em termos de divulgação de dados econômicos será a
sexta-feira. Nesse dia, saem dados da produção industrial de
agosto no país, além do índice
de confiança do consumidor.
Na sexta-feira passada, enquanto o mercado doméstico
estava fechado devido ao feriado, as Bolsas de Valores caíram
nas principais praças financeiras. As quedas foram motivadas
pelos dados que mostraram
que houve perda de 4.000 postos de trabalho nos Estados
Unidos em agosto, sendo esse o
primeiro resultado mensal negativo em quatro anos.
Futuro dos juros
A divulgação do IPCA de
agosto pelo IBGE na quinta-feira passada desagradou aos
mais otimistas. O índice de preços registrou alta de 0,47% no
mês passado, contra 0,24%
marcado em julho.
O IPCA é o índice de preços
utilizado pelo BC para monitorar a meta oficial de inflação. Se
esse índice começa a subir muito, ameaçando a meta oficial, o
Copom tende a interromper o
processo de queda da taxa Selic.
"As projeções de instituições
de mercado para a taxa Selic
que estará em vigência no final
deste ano se dividem, em parcelas de dimensão similar, entre 10,75%, 11% e 11,25%, o que
equivale a dizer que os analistas
se dividem entre os que esperam dois, um ou nenhum corte
adicional de 0,25 ponto nas
próximas duas reuniões do Copom agendadas para este ano",
avalia a LCA Consultores.
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