São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2007

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Mercado abre sob tensão após quedas de sexta-feira

Feriado pode ter adiado impacto de dados dos EUA

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana deve começar tensa hoje depois que a divulgação de dados negativos do emprego americano na sexta-feira (primeira queda desde 2003) derrubou os mercados e elevou temores de uma recessão ou uma forte desaceleração nos EUA.
Como o mercado brasileiro estava fechado pelo feriado de Sete de Setembro, teme-se que as perdas por aqui, num dia ruim, sejam dobradas, ameaçando reverter a atual tendência de recuperação.
Na agenda nacional, destaque para a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que vai ser apresentada na quinta-feira. O documento explicará as razões dos membros do Copom para optarem, por unanimidade, por uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica da economia, a Selic.
Na quarta-feira passada, o Copom anunciou a queda de 11,5% para 11,25% na Selic.
Com a decisão unânime e a elevação no IPCA de agosto, já há analistas que contam com o fim do processo de queda da taxa básica de juros em 2007.
O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro do segundo trimestre, a ser divulgado na quarta, também será importante para que os agentes de mercado avaliem como anda o aquecimento da economia.
A soma de pressão inflacionária com um aquecimento acima do projetado pode enterrar as expectativas de quem ainda conta com a possibilidade de a taxa básica de juros da economia ser reduzida no próximo encontro do Copom, nos dias 16 e 17 de outubro.
No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) da última quinta, as taxas dos contratos futuros sinalizavam que aproximadamente 25% dos investidores estavam posicionados à espera de uma nova queda da Selic em outubro.
Na quarta-feira também serão conhecidas as primeiras prévias de índices de preços de setembro, como o IPC da Fipe e o IGP-M da FGV.
Nos Estados Unidos, hoje será divulgado o balanço de julho do setor de crédito ao consumidor. Uma queda forte nesse indicador -mostrando indesejado desaquecimento econômico- pode derrubar as Bolsas.
Porém o dia mais importante nos EUA em termos de divulgação de dados econômicos será a sexta-feira. Nesse dia, saem dados da produção industrial de agosto no país, além do índice de confiança do consumidor.
Na sexta-feira passada, enquanto o mercado doméstico estava fechado devido ao feriado, as Bolsas de Valores caíram nas principais praças financeiras. As quedas foram motivadas pelos dados que mostraram que houve perda de 4.000 postos de trabalho nos Estados Unidos em agosto, sendo esse o primeiro resultado mensal negativo em quatro anos.

Futuro dos juros
A divulgação do IPCA de agosto pelo IBGE na quinta-feira passada desagradou aos mais otimistas. O índice de preços registrou alta de 0,47% no mês passado, contra 0,24% marcado em julho.
O IPCA é o índice de preços utilizado pelo BC para monitorar a meta oficial de inflação. Se esse índice começa a subir muito, ameaçando a meta oficial, o Copom tende a interromper o processo de queda da taxa Selic.
"As projeções de instituições de mercado para a taxa Selic que estará em vigência no final deste ano se dividem, em parcelas de dimensão similar, entre 10,75%, 11% e 11,25%, o que equivale a dizer que os analistas se dividem entre os que esperam dois, um ou nenhum corte adicional de 0,25 ponto nas próximas duas reuniões do Copom agendadas para este ano", avalia a LCA Consultores.


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