São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008

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Para a CNI, competitividade da indústria pode ser "sacrificada"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ampliação da licença-maternidade poderá "sacrificar" a competitividade da indústria brasileira, segundo avaliação feita em agosto pelo presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Francisco Gadelha.
"Não é dureza de coração, mas quatro meses de licença-maternidade estão de bom tamanho", afirmou Gadelha em entrevista à Folha.
Também em agosto, o deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), presidente da CNI, afirmou que "a intenção do legislador é generosa, mas o fato é que [a medida] tem um custo muito alto para o conjunto da sociedade" e que poderia haver outras prioridades.
Preocupado com o custo da medida para os cofres públicos, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a recomendar ao presidente Lula que vetasse o projeto aprovado pelo Congresso.
Foram dois os argumentos apresentados para a derrubada da medida: pressão do setor produtivo e o impacto fiscal, que deveria ultrapassar R$ 800 milhões anuais. Com os vetos presidenciais, esse custo deve ser reduzido.
No mês passado, em reunião com líderes partidários que integram o Conselho Político do governo, Lula não escondeu a insatisfação com o fato de o Congresso não ter barrado o projeto e disse, segundo relatos de participantes, que "não poderia arcar com o ônus de vetar um projeto tão popular, um projeto dessa magnitude".
"Vocês [congressistas] me botaram uma camisa de força e agora eu tenho que decidir", disse o presidente, segundo relatos de presentes ao encontro.


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