São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008

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Trabalhadores da cana-de-açúcar devem ter melhorias até novembro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Representantes do governo, de empresas e de trabalhadores do ramo da cana-de-açúcar definiram ontem em reunião no Planalto uma pauta de 18 itens que entrarão numa espécie de mesa de negociações com o intuito de melhorar as condições de trabalho do setor.
Entraram na pauta, entre outros temas, questões relativas a contratos e jornada de trabalho, saúde, segurança, remuneração, adequação das condições de alimentação, moradia e transporte, elevação da escolaridade, qualificação e recolocação dos trabalhadores.
A expectativa, segundo Antônio Lambertucci, secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência, é que até novembro se avance nos temas mais sensíveis. No tocante à mecanização do setor, Lambertucci citou que a estimativa das empresas é de que só em São Paulo cerca de 180 mil trabalhadores sejam substituídos por máquinas até 2014.
O objetivo do governo é estimular uma espécie de protocolo de "boas práticas" do setor. Representantes do governo já defenderam, em outras ocasiões, a criação de uma espécie de "selo socioambiental", atestando que a cana ou o álcool de determinada empresa tenha sido produzido em condições aceitáveis de trabalho, e preservando o ambiente. São freqüentes as críticas internacionais sobre as condições de trabalho no setor canavieiro, com denúncias de trabalho análogo ao escravo, entre outras.
Ao fim do encontro, Renato Cunha, representante do Fórum Nacional Sucroalcooleiro, afirmou que os empresários estão tentando tirar o "estigma" envolvendo o setor. Ele rebateu as reclamações freqüentes de trabalhadores sobre as condições de trabalho, dizendo que ninguém é obrigado a ficar nos canaviais. "Olha, o trabalho não é compulsório, não há obrigatoriedade do trabalhador ficar conosco. O sistema de produção pode não ser agradável, mas ele remunera bem melhor do que várias atividades no país."


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