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Fluxo de dólar para o Brasil fica positivo pelo 5º mês
Com entrada de recursos,
dólar já caiu 21,3% no ano
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fluxo de capital estrangeiro
para o Brasil ficou positivo pelo
quinto mês seguido, segundo
dados do Banco Central. Em
agosto, o total de recursos que
entrou no país superou o valor
das remessas em US$ 2,96 bilhões, permitindo ao BC manter sua política de compra de
dólares no mercado de câmbio.
No mês passado, as aquisições do BC somaram US$ 3,82
bilhões. Desse total, US$ 2,63
bilhões corresponderam a
compras propriamente ditas
feitas no período e, o restante,
de empréstimos em dólares
que a instituição havia liberado
para alguns bancos nos meses
mais fortes da crise e que agora
estão sendo pagos.
Os números, porém, mostram que, mesmo com a recuperação, a entrada de divisas no
país continua bem abaixo do
registrado no ano passado.
Entre janeiro e agosto, o ingresso líquido de recursos ficou
em US$ 5,78 bilhões, uma queda de 69% em relação aos primeiros oito meses de 2008.
Ainda assim, o que se observa
nos últimos meses são ingressos de recursos que, embora de
menor valor, se mantêm num
nível constante.
Esse cenário permitiu ao BC
retomar sua política de compra
de dólares, interrompida no
fim de 2008. Entre maio e agosto, o BC comprou US$ 18,24 bilhões no mercado, entre aquisições diretas e empréstimos pagos pelos bancos.
A entrada de recursos no país
explica a expressiva depreciação do dólar, que está acumulada em 21,34% no ano. Apenas
neste mês, a moeda estrangeira
registra baixa de 2,86%. Depois
de alcançar R$ 1,90 no começo
de setembro, o dólar tem perdido força, voltando a se aproximar de R$ 1,80.
Ontem a moeda norte-americana chegou a ser negociada a
R$ 1,819. E, nesse nível, atraiu
compradores. No fim das operações de ontem, o dólar registrava alta de 0,49%, vendido a
R$ 1,836.
Mas essa alta não significou
uma mudança na rota do câmbio que, segundo analistas, ainda é de baixa para o dólar.
O economista André Perfeito, da Gradual Investimentos,
diz que "a moeda norte-americana vem perdendo força frente a outras divisas e esse processo não parece perder fôlego
por enquanto. Assim, mantemos nossa expectativa de que o
dólar feche 2009 em R$ 1,70".
Bolsas em alta
O tom favorável do Fed (banco central norte-americano),
ao avaliar a economia do país,
ajudou a manter as Bolsas de
Valores em terreno positivo
ontem. A alta da Bovespa não
foi muito expressiva, mas permitiu que atingisse o maior patamar do ano. Com valorização
de 0,10%, a Bovespa encerrou
as operações a 57.909 pontos.
Esse é o mais elevado nível desde julho do ano passado.
Ontem, o Fed apresentou o
livro bege, uma compilação de
dados econômicos do país. O
documento mostrou que a atividade econômica nos Estados
Unidos prossegue em seu processo de estabilização.
O índice Dow Jones, que reúne 30 das ações americanas
mais negociadas, subiu 0,58%.
Para a Bovespa, foi decisiva a
alta registrada pela Petrobras e
pelos grandes bancos. Na outra
ponta, os papéis das siderúrgicas tiveram um dia fraco.
O petróleo se fortaleceu um
pouco mais, o que ajudou no resultado da Petrobras. Em Nova
York, o barril do produto fechou em US$ 71,31, com alta de
0,30%. As ações preferenciais
da Petrobras, as mais negociadas da Bolsa, subiram 0,36%.
Entre os grandes bancos, os
destaques de alta ficaram com
Itaú Unibanco PN, que subiu
1,25%, e Bradesco PN, com valorização de 0,63%.
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