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São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2003

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CURTO-CIRCUITO

Empresa diz que retomará pagamento só após receber do BNDES

Light pára de pagar juros a bancos

DA SUCURSAL DO RIO

A Light Serviços de Eletricidade, principal distribuidora de energia elétrica do Estado do Rio e uma das maiores do Brasil, divulgou ontem "fato relevante" em que informa ao mercado que está interrompendo o pagamento dos juros de sua dívida com a rede bancária. A dívida, apenas com bancos privados, soma US$ 700 milhões (R$ 1,98 bilhão pelo câmbio livre de ontem).
Segundo o comunicado, o pagamento só será retomado quando a empresa receber do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a parte que lhe cabe do Programa de Apoio à Capitalização das Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica, anunciado no mês passado pelo banco estatal e pelo Ministério de Minas e Energia.
O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Light, Paulo Roberto Ribeiro Pinto, disse que "os bancos entenderam" a proposta da Light e que a empresa não está discutindo o valor dos juros, devendo pagá-los integralmente quando receber o dinheiro do BNDES.
Segundo Ribeiro, a empresa avalia que receberá de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões (cerca de R$ 850 milhões) até o final do ano, quando pretende que estejam concluídas as negociações e operações necessárias a que ela seja admitida no programa de socorro do governo.
Para ter direito a receber o dinheiro do BNDES, na forma de subscrição de títulos (debêntures) conversíveis em ações, a Light terá que conseguir dos credores a renegociação de pelo menos 30% da sua dívida de curto prazo.
Além disso, a EDF, estatal francesa que controla o capital da Light, terá de transformar em capital da distribuidora o crédito de aproximadamente 300 milhões que tem com ela. A Light terá ainda de se comprometer a tomar uma série de medidas de gestão para ser incluída pela Bovespa no mais alto nível de transparência.
Ribeiro disse que a dúvida em relação ao valor que a empresa terá direito a receber do BNDES está relacionada a qual balanço será considerado pelo banco estatal para definir o montante das dívidas de curto prazo da Light.
O BNDES admite uma capitalização equivalente a até 50% da dívida de curto prazo de cada empresa enquadrada no programa de socorro, desde que ela consiga renegociar com os bancos também 50% dos débitos. O valor total do banco para socorro às distribuidoras é de R$ 3 bilhões.


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