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CURTO-CIRCUITO
Empresa diz que retomará pagamento só após receber do BNDES
Light pára de pagar juros a bancos
DA SUCURSAL DO RIO
A Light Serviços de Eletricidade, principal distribuidora de
energia elétrica do Estado do Rio
e uma das maiores do Brasil, divulgou ontem "fato relevante" em
que informa ao mercado que está
interrompendo o pagamento dos
juros de sua dívida com a rede
bancária. A dívida, apenas com
bancos privados, soma US$ 700
milhões (R$ 1,98 bilhão pelo câmbio livre de ontem).
Segundo o comunicado, o pagamento só será retomado quando a
empresa receber do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) a parte que
lhe cabe do Programa de Apoio à
Capitalização das Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica,
anunciado no mês passado pelo
banco estatal e pelo Ministério de
Minas e Energia.
O diretor de Finanças e Relações
com Investidores da Light, Paulo
Roberto Ribeiro Pinto, disse que
"os bancos entenderam" a proposta da Light e que a empresa
não está discutindo o valor dos juros, devendo pagá-los integralmente quando receber o dinheiro
do BNDES.
Segundo Ribeiro, a empresa
avalia que receberá de US$ 200
milhões a US$ 300 milhões (cerca
de R$ 850 milhões) até o final do
ano, quando pretende que estejam concluídas as negociações e
operações necessárias a que ela
seja admitida no programa de socorro do governo.
Para ter direito a receber o dinheiro do BNDES, na forma de
subscrição de títulos (debêntures)
conversíveis em ações, a Light terá que conseguir dos credores a
renegociação de pelo menos 30%
da sua dívida de curto prazo.
Além disso, a EDF, estatal francesa que controla o capital da
Light, terá de transformar em capital da distribuidora o crédito de
aproximadamente 300 milhões
que tem com ela. A Light terá ainda de se comprometer a tomar
uma série de medidas de gestão
para ser incluída pela Bovespa no
mais alto nível de transparência.
Ribeiro disse que a dúvida em
relação ao valor que a empresa terá direito a receber do BNDES está relacionada a qual balanço será
considerado pelo banco estatal
para definir o montante das dívidas de curto prazo da Light.
O BNDES admite uma capitalização equivalente a até 50% da dívida de curto prazo de cada empresa enquadrada no programa
de socorro, desde que ela consiga
renegociar com os bancos também 50% dos débitos. O valor total do banco para socorro às distribuidoras é de R$ 3 bilhões.
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