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São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Palocci comemora a queda do risco-país; Thomas Dawson, porta-voz do FMI, elogia indicadores brasileiros

Dólar cai 0,49%; Bolsa bate novo recorde

DA REPORTAGEM LOCAL

A enxurrada de recursos para o país e a baixa demanda por proteção cambial fizeram o dólar comercial ter sua sexta queda consecutiva ontem. Encerrou o pregão valendo R$ 2,833, em baixa de 0,49%. O risco-país brasileiro fechou a 609 pontos (-1,14%), depois de passar quase todo o dia abaixo de 600.
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, comemorou a redução do risco-país ontem, ao dizer que o Brasil deverá voltar a ser uma opção de investimento para os países desenvolvidos.
Em depoimento sobre a reforma tributária na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o ministro comparou a situação brasileira à da Rússia, que, depois de uma crise financeira, voltou a atrair investimentos estrangeiros.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) caiu ontem pela primeira vez em outubro. Segundo analistas, a queda de 0,54% ocorreu por conta de um movimento de venda de ações para embolsar parte dos ganhos recentes.
Mas o interesse de investidores, principalmente estrangeiros, pela Bolsa segue forte. Um novo recorde batido ontem dá uma medida disso: o número de negócios atingiu 67.853, o maior valor já registrado. Além disso, o movimento financeiro voltou a ser alto e atingiu R$ 1,345 bilhão.
Com tudo isso, aumentam os rumores de que o governo prepara uma nova emissão de títulos soberanos em euros.
Para o porta-voz do FMI (Fundo Monetário Internacional), Thomas Dawson, a reação favorável do mercado financeiro no Brasil é um "indicativo muito bom" de que o país está adotando as medidas macroeconômicas corretas: "Os indicadores do mercado financeiro internacional estão muito bons, particularmente no caso do Brasil".
Analistas se surpreendem com a persistente queda do dólar numa semana em que o governo anunciou que resgatará um lote integral de dívida cambial.
Essa queda é consequência do fluxo positivo de recursos para o país e da baixa demanda por proteção cambial (hedge).
Dados da Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos) confirmam queda na procura por hedge.
Até ontem, o estoque de contratos de troca de rentabilidade entre juros pós-fixados e câmbio (instrumento utilizado como hedge) no mês estava 13% inferior a outubro de 2002 e 1,5% menor em relação a setembro passado. Os estoques foram calculados pela Cetip em dólar.


Colaboraram a Sucursal de Brasília e Fernando Canzian, de Washington


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