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Para Fundo, política fiscal protege moeda
DE NOVA YORK
O relatório do FMI contribui para o contínuo debate,
no Brasil, sobre a forte apreciação do real ante o dólar,
ensinando que a austeridade
fiscal é a melhor medida a tomar a fim de que as cotações
não dêem um salto depois
que o fluxo de recursos estrangeiros que entra no país
minguar. Analisando esses
movimentos em todo o planeta nas últimas duas décadas, o Fundo conclui também que intervenções como
o controle do trânsito de capitais são inócuas.
"Embora esses fluxos estejam associados à abundante
liquidez global e às condições
favoráveis da economia
mundial, em muitos casos
eles são reflexo de políticas
macroeconômicas fortes e
reformas estruturais e criam
importante desafio às autoridades devido ao seu potencial para gerar aquecimento
demasiado, perda de competitividade e por aumentar a
vulnerabilidade [dos países]
a crises. As nações que se
vêem diante de grandes fluxos precisam escolher entre
a apreciação e a inflação", frisa o Fundo.
Para minimizar tais conseqüências negativas, os governos precisam manter a disciplina fiscal, controlando seus
gastos, em vez de se permitir
maiores dispêndios só porque a situação está tranqüila.
"Além disso, nações que adotaram uma política de resistência à apreciação cambial
quando os recursos começaram a chegar, deveriam considerar mudar para uma política mais flexível enquanto
o fluxo ainda está durando."
Isso aumenta as chances de o
PIB nacional não ser punido
demais no momento em que
a entrada de capitais diminuir, o que aconteceria se,
além de perder uma parcela
do dinheiro que ingressa, a
economia local também fosse privada dos fundos públicos. Segundo o estudo da entidade, episódios de grandes
fluxos de capitais são geralmente associados com aceleração do PIB; no entanto, depois, ele diminui bastante.
Outro benefício da prudência é a manutenção dos preços sob controle, o que leva a
taxa de juros inferior e, assim, menos incentivos para
ingresso de recursos.
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