São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2007

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Para Fundo, política fiscal protege moeda

DE NOVA YORK

O relatório do FMI contribui para o contínuo debate, no Brasil, sobre a forte apreciação do real ante o dólar, ensinando que a austeridade fiscal é a melhor medida a tomar a fim de que as cotações não dêem um salto depois que o fluxo de recursos estrangeiros que entra no país minguar. Analisando esses movimentos em todo o planeta nas últimas duas décadas, o Fundo conclui também que intervenções como o controle do trânsito de capitais são inócuas.
"Embora esses fluxos estejam associados à abundante liquidez global e às condições favoráveis da economia mundial, em muitos casos eles são reflexo de políticas macroeconômicas fortes e reformas estruturais e criam importante desafio às autoridades devido ao seu potencial para gerar aquecimento demasiado, perda de competitividade e por aumentar a vulnerabilidade [dos países] a crises. As nações que se vêem diante de grandes fluxos precisam escolher entre a apreciação e a inflação", frisa o Fundo.
Para minimizar tais conseqüências negativas, os governos precisam manter a disciplina fiscal, controlando seus gastos, em vez de se permitir maiores dispêndios só porque a situação está tranqüila. "Além disso, nações que adotaram uma política de resistência à apreciação cambial quando os recursos começaram a chegar, deveriam considerar mudar para uma política mais flexível enquanto o fluxo ainda está durando." Isso aumenta as chances de o PIB nacional não ser punido demais no momento em que a entrada de capitais diminuir, o que aconteceria se, além de perder uma parcela do dinheiro que ingressa, a economia local também fosse privada dos fundos públicos. Segundo o estudo da entidade, episódios de grandes fluxos de capitais são geralmente associados com aceleração do PIB; no entanto, depois, ele diminui bastante. Outro benefício da prudência é a manutenção dos preços sob controle, o que leva a taxa de juros inferior e, assim, menos incentivos para ingresso de recursos.


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