|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Montadoras vão investir US$ 15 bi, diz Miguel Jorge
Mercado interno é principal motivo para a expansão
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Impulsionada pela expansão
do mercado interno, a indústria
automobilística investirá US$
15 bilhões nos próximos três
anos em novos modelos, expansão de unidades e novas fábricas, informou ontem o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento). Tais investimentos,
diz, vão elevar a capacidade de
produção de veículos do país de
3,5 milhões de unidades anuais
neste ano para 5 milhões entre
2010 e 2011.
O aquecimento do mercado
interno é o principal motor da
indústria automobilística, que
se beneficia da queda dos juros.
"Os prazos dos financiamentos
se ampliaram muito", disse o
ministro, que visitou ontem as
novas instalações do Inpi (Instituto Nacional de Propriedade
Industrial), no Rio.
Segundo Jorge, o BNDES está disposto a financiar projetos
de expansão do setor. Em setembro, o banco estatal emprestou R$ 600 milhões à montadora italiana Fiat, que usará
os recursos no lançamento de
novos modelos e em melhorias
em suas linhas de produção. O
investimento total é de R$ 1,2
bilhão, segundo o BNDES.
Sem citar o nome da empresa, Jorge disse que a tomadora
desse crédito já apresentou outro projeto de investimento no
banco, que está sob análise.
Neste ano, o BNDES emprestou R$ 681,5 milhões ao setor
em três diferentes operações.
Em 2006, os financiamentos
somaram R$ 1 bilhão, distribuídos em oito contratos.
O incremento do consumo
doméstico, avaliou, compensa
o efeito negativo do câmbio,
que fez cair as exportações do
setor. "O câmbio reduziu as exportações de automóveis e aumentou as importações. Mas as
empresas estão importando
para atender a determinados
nichos de mercado."
Jorge acredita que, apesar da
valorização do real, o setor continuará investindo. Já existem,
segundo ele, empresas negociando com governos estaduais
a implantação de novas unidades de produção. Ele evitou falar os nomes das empresas.
De acordo com o ministro,
que fez carreira no setor automobilístico, o setor é o "melhor
exemplo" de que a capacidade
instalada da indústria está próxima ao limite.
Um sinal, de acordo com o
ministro, é o fato de "todas as
empresas já terem contratado
jornadas extras com os sindicatos" nos sábados e nos feriados
até o final do ano. Ele não vê,
porém, um cenário de pressão
de preços, já que estão sendo
feitos investimentos.
Quanto estiver com capacidade instalada de 5 milhões de
veículos, Jorge estima que o
mercado interno vai absorver
de 80% a 90% da produção adicional. A ampliação, diz, terá
impacto ainda na "capacidade
de competir" do setor, que ganhará "economia de escala" e
produtividade.
Saldo comercial
Ele disse ainda estar mais
"pessimista" sobre a evolução
da balança comercial do que os
especialistas. Ele espera um superávit neste ano de US$ 40 bilhões, abaixo dos US$ 42 bilhões projetados por instituições, consultorias e entidades
do setor.
Para o ministro, tal cenário
não é um problema, pois o país
aproveita hoje o câmbio favorável às compras no exterior para
adquirir máquinas e equipamentos, melhorando assim sua
capacidade produtiva.
"É ainda um saldo extraordinário principalmente porque
temos essa importação virtuosa, de qualidade. Não estamos
importando chiclete como
aconteceu na abertura dos anos
90, que foi desenfreada e descuidada. Estamos importando
máquinas e equipamentos",
disse Jorge.
Texto Anterior: Cerveja: Miller e Molson se associam nos EUA e Porto Rico Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|