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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
BC também deve cortar juro, diz economista
Apesar da ação do Banco
Central na redução do empréstimo compulsório dos bancos
brasileiros, é necessária uma
queda na taxa básica de juros
para estimular investimentos
produtivos. A afirmação é do
economista e professor da PUC
Antonio Corrêa de Lacerda.
Para ele, a inflação não deve
mais ser argumento para novas
elevações de juros. "A queda
das commodities no mercado
internacional e o desaquecimento da demanda interna pela menor oferta de crédito eliminam pressões inflacionárias
futuras, abrindo espaço para
recuo da Selic."
Apesar dos pedidos para a redução da Selic, Lacerda elogiou
a atuação do BC nos compulsórios. "É uma medida positiva
para dar mais flexibilidade ao
sistema, em linha com o que
têm feito os BCs mundo afora."
A atuação do Banco Central
no sistema de metas, a política
fiscal brasileira e a estabilidade
da economia são os grandes argumentos do governo para convencer autoridades internacionais e investidores de que o
Brasil está preparado para enfrentar a crise econômica.
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) vai distribuir a revista "Brasil - Economia Sustentável", elaborada pelo Ministério
da Fazenda, na reunião de amanhã do FMI (Fundo Monetário
Internacional) e do G20 financeiro, grupo que reúne os líderes econômicos dos países
emergentes e presidido por
Mantega.
Com 25 páginas e textos em
português e inglês, a revista
traz na capa a imagem de um
navio atravessando um mar
agitado e, no interior, reportagens sobre investimentos, crescimento e estabilidade econômica do país.
O conteúdo apresenta o Brasil como um país com economia sólida e um ambiente seguro para receber investimentos
dentro da conjuntura de crise
econômica internacional.
No editorial, no entanto,
Mantega reconhece que o Brasil não é uma "ilha isolada em
meio a uma das maiores crises
financeiras da história", mas
ressalta a solidez e a estabilidade do sistema financeiro brasileiro.
"A solução do governo Lula
para a crise é consolidar nosso
ciclo de desenvolvimento sustentado", afirma Mantega no
texto.
MAGRINHO
O setor de varejo já admite
que o crescimento das vendas no Natal possa ficar
abaixo da projeção de 8,5%
em razão da crise econômica. "O Natal pode deixar de
ser ótimo e ser apenas bom.
Mas não será ruim", afirma
Emerson Kapaz (IDV). De
acordo com ele, eventuais
restrições ao crédito aos
consumidores são prejudiciais ao setor.
TEMOR
Para a ACSP (Associação
Comercial de São Paulo), os
reflexos da crise já podem
ser notados nas ofertas das
grandes redes varejistas. O
medo da inadimplência fez
com que elas focassem as liquidações em preços menores, e não em prazos maiores
de pagamento, como fizeram no ano passado.
NA MESMA TECLA
Em evento com empresários e executivos brasileiros
realizado nesta semana em
Portugal, o senador Aloizio
Mercadante identificou três
preocupações: "Câmbio,
câmbio e câmbio".
NA PAUTA
A crise já modificou a pauta dos eventos empresariais.
Roberto Cocenza, organizador do Boom SP Design, seminário que reunirá empresários do setor nos dias 23 e
24, em SP, já entrou em contato com os palestrantes para abordarem o tema. "Teremos espectadores que estão
sendo afetados diretamente.
A idéia é explicar como o design é essencial para atrair
consumidores desconfiados
e indispostos a comprar."
MAQUETE
Os escritórios de arquitetura esperam redução na
quantidade de projetos, segundo Ronaldo Rezende,
presidente da Asbea (associação de escritórios). "Será
uma redução em toda a atividade econômica, e conseqüentemente, na arquitetura e na construção civil." A
saída, diz Rezende, será exportar projetos para onde
ainda há demanda, como a
China, mesmo que também
seja reduzida. Na corrida por
mercados externos, a competição será brava. "Países
que ainda têm possibilidade
de construir serão bombardeados com ofertas de arquitetos." "Não sabemos
avaliar o tamanho do freio.
Mas sabíamos que o boom
na construção tinha hora
para acabar." Incorporadoras e arquitetos estão reunidos em São Paulo nesta semana para debater temas
como racionalização de
obra.
S.O.S.
A consultoria Alvarez & Marsal, que está cuidando da
reestruturação do Lehman Brothers, já percebeu alta no
movimento da sua operação brasileira. A carteira da empresa dobrou, segundo o diretor Marcelo Gomes, com o aumento de empresas procurando ajuda para resolver seus problemas, causados pela dificuldade de obter crédito. As empresas, segundo Gomes, têm procurado ajuda para tentar ter
acesso a novo capital. A proximidade do Natal deve ampliar
as dificuldades. O varejo, diz Gomes, já começa a mostrar sinais. Entre as principais vítimas, segundo Gomes, estão
construção civil e agricultura. "Nesses tempos, os bancos ficam sem saber como cobrar os empréstimos. Até a instabilidade passar, vai ter esse problema da precificação, fazendo
com que as empresas tenham uma necessidade de caixa."
VAREJO
EMPRESÁRIOS PEDIRÃO POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO A MIGUEL JORGE
Sete entidades do varejo entregarão, na segunda, a Miguel
Jorge (Desenvolvimento), a proposta de criação de uma política de desenvolvimento para o setor, nos moldes da política
industrial. Os empresários pedirão ao presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, a criação de um fundo no banco para empréstimos ao varejo com garantias em recebíveis, como vendas por cartão de crédito. "O varejo tem dificuldade para obter crédito oficial, por falta de garantias", diz Emerson Kapaz, do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo. Também serão pedidos benefícios trabalhistas e tributários.
NA PISTA
A Renault vai levar ao Parque do Ibirapuera, em
São Paulo, no dia 30 de novembro, a edição brasileira
do Renault Roadshow 2008, em que Nelson Piquet
vai pilotar um carro de F-1 na avenida Pedro Álvares
Cabral, em frente ao parque. Também fazem parte do
Renault Roadshow exibições de arrancada, desfile de
carros antigos e performances de outros modelos de
competição Renault.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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