MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA

Em novo capítulo do embate contra concessionárias de pedágio do Paraná, o governador Roberto Requião (PMDB) encaminhou ontem ao presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), proposta de redução das tarifas cobradas no Estado. Os deputados irão negociar a proposta com as concessionárias.
O projeto ganhou força após o leilão de sete trechos de rodovias federais promovido pelo governo federal, em outubro.
A idéia do governo paranaense é fazer com que a taxa de retorno para as concessionárias chegue perto de 9%, como no leilão federal. Atualmente, segundo o governo, é próxima de 20%.
Requião declarou ontem que o exemplo das rodovias federais mostra que é possível operar com tarifas menores. O governador declarou que as taxas no Paraná são "um roubo". Diferentemente do leilão de outubro -quando venceram as disputas as empresas que ofereceram o menor preço do pedágio-, no Paraná, o critério de concessão, definido em 1996, é o de maior trecho de oferta.
Nesse sistema, vence a licitação a empresa que construir mais trechos de rodovias além daquelas definidas no contrato. O pedágio no Estado é reajustado todo ano por uma cesta de índices que inclui o repasse integral da inflação. Na avaliação do governo, as contrapartidas feitas pelas empresas nos últimos dez anos não justificam as tarifas.
De acordo com a ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) em Curitiba, dos 2.500 km de estradas administradas por sete concessionárias, apenas 308 (12,4%) são trechos de oferta. Existem no Estado 27 praças de pedágio.
A entidade argumenta que, desde 1997, as empresas já investiram R$ 2,035 bilhões.
O anúncio da proposta de Requião aconteceu no mesmo dia em que o governo estadual divulgou em seu site que a arrecadação das concessionárias de pedágio no Estado aumentou 354%, de 1998 até outubro de 2007.
A ABCR diz que já foram feitas inúmeras auditorias nas empresas e jamais foram encontradas irregularidades.


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