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Mude e KPMG dão versões conflitantes
Investigada pela Polícia Federal, distribuidora da Cisco diz que teve contas auditadas, mas consultoria no Brasil nega
Auditoria e empresa de tecnologia travam uma disputa de informações por meio de comunicados publicados na imprensa
DA REPORTAGEM LOCAL
A Mude, distribuidora da
Cisco no Brasil, e a auditoria
KPMG entraram em atrito e
travam uma disputa de comunicados oficiais publicados nos
principais veículos de comunicação. Executivos da Cisco e da
Mude são investigados pela Polícia Federal por integrarem
um suposto esquema de importação irregular de equipamentos de informática.
Na última quinta-feira, a Mude publicou comunicado em
que diz que "a empresa sempre
pautou seus procedimentos
empresariais pela ética e cumprimento das normas em geral,
tendo sido, inclusive, nos últimos anos, auditada pela
KPMG, a pedido da Cisco
Systems Inc., sem que qualquer
questionamento ou divergência fossem apontados quanto à
legitimidade de seus procedimentos".
A consultoria KPMG, entretanto, divulgou ontem em comunicado publicado nos jornais que "a KPMG no Brasil esclarece que não audita e nunca
auditou esta empresa [Mude]".
Na nota, a KPMG informa também que "não realiza e não realizou nos últimos cinco anos
nenhum tipo de serviço profissional para a Mude".
Por sua vez, a Mude informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que foi auditada pela KPMG dos Estados
Unidos, e não do Brasil. A empresa está em contato com a
KPMG do Brasil para esclarecer a questão. Procurada pela
Folha, a KPMG informou que
mantém as informações publicadas em seu comunicado.
A Cisco e a Mude foram alvo
da Operação Persona, deflagrada em outubro por Receita Federal, Ministério Público Federal de São Paulo e pela Polícia
Federal para combater sonegação fiscal na importação de
equipamentos de informática.
A PF estima em R$ 1,5 bilhão a
suposta sonegação de impostos
nos últimos cinco anos.
No comunicado, a Mude informa também que espera que
"cessem as arbitrariedades a
que vem sendo exposta". Segundo o texto, a empresa e "todos os seus integrantes" colaboraram e têm colaborado "de
modo irrestrito e ilimitado com
as autoridades e suas investigações, fornecendo as informações necessárias e prestando
todo o auxílio requerido".
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