São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

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Mude e KPMG dão versões conflitantes

Investigada pela Polícia Federal, distribuidora da Cisco diz que teve contas auditadas, mas consultoria no Brasil nega

Auditoria e empresa de tecnologia travam uma disputa de informações por meio de comunicados publicados na imprensa

DA REPORTAGEM LOCAL

A Mude, distribuidora da Cisco no Brasil, e a auditoria KPMG entraram em atrito e travam uma disputa de comunicados oficiais publicados nos principais veículos de comunicação. Executivos da Cisco e da Mude são investigados pela Polícia Federal por integrarem um suposto esquema de importação irregular de equipamentos de informática.
Na última quinta-feira, a Mude publicou comunicado em que diz que "a empresa sempre pautou seus procedimentos empresariais pela ética e cumprimento das normas em geral, tendo sido, inclusive, nos últimos anos, auditada pela KPMG, a pedido da Cisco Systems Inc., sem que qualquer questionamento ou divergência fossem apontados quanto à legitimidade de seus procedimentos".
A consultoria KPMG, entretanto, divulgou ontem em comunicado publicado nos jornais que "a KPMG no Brasil esclarece que não audita e nunca auditou esta empresa [Mude]". Na nota, a KPMG informa também que "não realiza e não realizou nos últimos cinco anos nenhum tipo de serviço profissional para a Mude".
Por sua vez, a Mude informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que foi auditada pela KPMG dos Estados Unidos, e não do Brasil. A empresa está em contato com a KPMG do Brasil para esclarecer a questão. Procurada pela Folha, a KPMG informou que mantém as informações publicadas em seu comunicado.
A Cisco e a Mude foram alvo da Operação Persona, deflagrada em outubro por Receita Federal, Ministério Público Federal de São Paulo e pela Polícia Federal para combater sonegação fiscal na importação de equipamentos de informática. A PF estima em R$ 1,5 bilhão a suposta sonegação de impostos nos últimos cinco anos.
No comunicado, a Mude informa também que espera que "cessem as arbitrariedades a que vem sendo exposta". Segundo o texto, a empresa e "todos os seus integrantes" colaboraram e têm colaborado "de modo irrestrito e ilimitado com as autoridades e suas investigações, fornecendo as informações necessárias e prestando todo o auxílio requerido".


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