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Lula autoriza BB a fechar compra da Nossa Caixa
Negociação atende a interesse do banco e de Serra
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Antes de viajar anteontem
para a Itália, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva deu o sinal
verde para o Banco do Brasil
comprar a Nossa Caixa, banco
do governo do Estado de São
Paulo, segundo apurou a Folha. O negócio deverá ser concretizado nesta semana.
Como revelou a Folha na
quinta-feira, o governador de
São Paulo, o tucano José Serra,
e o ministro Guido Mantega
(Fazenda) acertaram o negócio. O valor fixado foi de R$ 6,4
bilhões, sujeito a ajustes devido
a cálculos sobre créditos e débitos da instituição paulista.
Mantega e Serra aceleraram
a negociação entre o BB a Nossa Caixa por motivos diferentes. O ministro quis reforçar o
BB após a fusão Itaú-Unibanco
criar o maior banco brasileiro.
Com a Nossa Caixa, o BB ainda seguirá atrás do Itaú-Unibanco, mas marca tento importante, porque o Bradesco tinha
interesse no banco paulista.
Para o governador, a venda
da Nossa Caixa vai lhe render
cacife para investimentos em
2009 e 2010. Serra quer ser
candidato a presidente em
2010. Com o caixa cheio, poderá apresentar realizações para
viabilizar seu projeto.
Votorantim
Além da Nossa Caixa, o BB
deverá concretizar também
nesta semana a compra de 49%
das ações do Banco Votorantim, segundo revelou a Folha
ontem. No mercado avalia-se
que o valor total do Votorantim
gire entre R$ 13 bilhões e R$ 14
bilhões. Por isso, o Palácio do
Planalto considera que o BB
deverá pagar mais ou menos a
metade desse valor pelo banco
da família Ermírio de Moraes.
A compra de parte do Votorantim pelo BB atende ao desejo político de Lula de vitaminar
as montadoras de automóveis.
O Votorantim tem tradição
no financiamento de veículos,
uma das prioridades do Planalto para manter a economia
aquecida. A indústria automobilística tem uma longa cadeia
produtiva, que, se enfraquecida, poderá gerar demissões.
Lula quer evitar onda de desemprego nos seus dois últimos anos de governo. A exemplo de Serra, o presidente tem
objetivos eleitorais: quer a ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff, como sucessora.
Para o BB, a sociedade com o
Votorantim lhe dará mais volume para competir com Itaú-Unibanco e Bradesco.
O Planalto foi informado de
que o BB avançou para comprar o Banco do Estado do
Piauí e o BRB (Banco Regional
de Brasília). Essas operações
não devem sair nesta semana.
O governo avalia que será
possível aprovar, até sexta-feira, na Câmara, a MP 443, aquela que permite ao BB e à Caixa
Econômica Federal adquirir
outros bancos em dificuldade.
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