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Retorno do CDB se destaca entre aplicações
Títulos oferecidos pelos bancos são alternativa para aplicar 13º salário; investidor tem migrado dos fundos para o CDB
Investidor deve pesquisar
para encontrar os juros mais
elevados; ações até estão
baratas, mas risco exige que
se aplique no longo prazo
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma opção de investimento
que tem sido cada vez mais procurada e deve se manter aquecida com o dinheiro extra do
13º salário é o CDB.
Esse título, que é oferecido
pelos bancos a seus clientes,
passou a pagar taxas mais elevadas nos últimos meses. Como também têm a vantagem de
não cobrar taxa de administração, que engole de 1% a 4% ao
ano dos fundos de investimento, os CDBs passaram a "roubar" recursos dos fundos.
"O CDB é uma opção que pode ser interessante neste momento, pois tem dado uma boa
remuneração", diz Alcides Leite, professor de economia da
Trevisan Escola de Negócios.
As taxas pagas pelos CDBs
(Certificados de Depósito Bancário) vão variar de acordo com
o montante de recursos que a
pessoa tiver para aplicar e o
banco que ele procurar. O risco
do CDB está atrelado à saúde financeira da instituição. Por isso, é relevante conhecer o banco no qual vai aplicar.
A concorrência dos CDBs
tem sido bastante punitiva para
os fundos de investimento. No
ano, até o dia 3, a indústria de
fundos já perdeu R$ 58,9 bilhões em recursos, segundo dados da Anbid. Essa cifra representa quase toda a massa de recursos que deve desembarcar
na economia decorrente do pagamento do 13º salário -em
2007 foram injetados na economia cerca de R$ 64 bilhões.
O estoque de CDBs deu um
salto neste ano, como reflexo
da maior procura pela aplicação. No final de 2007, o estoque
de CDBs registrado na Cetip
contava com R$ 360 bilhões.
Hoje há mais de R$ 600 bilhões
em CDBs registrados.
Leite afirma que não se pode
esquecer "que há fundos com
bons retornos também" e que
podem ser atraentes para aplicar o 13º salário.
Se a taxa básica de juros voltar a ser elevada pelo Banco
Central -hipótese não descartada pelo mercado-, os fundos
DI poderão ganhar um alento
extra. Essa aplicação, que já foi
mais popular, está com rentabilidade anual acumulada de
10,01%. Os CDBs têm taxa média anual de 10,66%.
Risco elevado
Com a depreciação da Bovespa, especialmente neste segundo semestre, ações de muitas
grandes empresas brasileiras
ficaram consideravelmente baratas. Mas, com as incertezas
que ainda rondam o mercado
financeiro internacional, os
analistas não se arriscam a dar
palpites sobre quando a Bolsa
poderá reencontrar seus melhores momentos.
"Apesar de a Bolsa estar barata, segue muito volátil e imprevisível. E se a pessoa decide
aplicar o 13º em ações e a Bolsa
despenca na semana seguinte?
Acho que é mais uma opção para quem já investe em ações e
está acostumado", diz Liao Yu
Chieh, do Ibmec/São Paulo.
A Bolsa de Valores de São
Paulo está com desvalorização
acumulada de 42,6% em 2008.
E há ações com quedas maiores
que esse já elevado percentual
de perdas da Bovespa. Entre
2003 e 2007, a Bolsa registrou
altas seguidamente. Desde
2002 que o mercado acionário
doméstico não ficava no vermelho.
(FABRICIO VIEIRA)
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