São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2008

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Retorno do CDB se destaca entre aplicações

Títulos oferecidos pelos bancos são alternativa para aplicar 13º salário; investidor tem migrado dos fundos para o CDB

Investidor deve pesquisar para encontrar os juros mais elevados; ações até estão baratas, mas risco exige que se aplique no longo prazo

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma opção de investimento que tem sido cada vez mais procurada e deve se manter aquecida com o dinheiro extra do 13º salário é o CDB.
Esse título, que é oferecido pelos bancos a seus clientes, passou a pagar taxas mais elevadas nos últimos meses. Como também têm a vantagem de não cobrar taxa de administração, que engole de 1% a 4% ao ano dos fundos de investimento, os CDBs passaram a "roubar" recursos dos fundos.
"O CDB é uma opção que pode ser interessante neste momento, pois tem dado uma boa remuneração", diz Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios.
As taxas pagas pelos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) vão variar de acordo com o montante de recursos que a pessoa tiver para aplicar e o banco que ele procurar. O risco do CDB está atrelado à saúde financeira da instituição. Por isso, é relevante conhecer o banco no qual vai aplicar.
A concorrência dos CDBs tem sido bastante punitiva para os fundos de investimento. No ano, até o dia 3, a indústria de fundos já perdeu R$ 58,9 bilhões em recursos, segundo dados da Anbid. Essa cifra representa quase toda a massa de recursos que deve desembarcar na economia decorrente do pagamento do 13º salário -em 2007 foram injetados na economia cerca de R$ 64 bilhões.
O estoque de CDBs deu um salto neste ano, como reflexo da maior procura pela aplicação. No final de 2007, o estoque de CDBs registrado na Cetip contava com R$ 360 bilhões. Hoje há mais de R$ 600 bilhões em CDBs registrados.
Leite afirma que não se pode esquecer "que há fundos com bons retornos também" e que podem ser atraentes para aplicar o 13º salário.
Se a taxa básica de juros voltar a ser elevada pelo Banco Central -hipótese não descartada pelo mercado-, os fundos DI poderão ganhar um alento extra. Essa aplicação, que já foi mais popular, está com rentabilidade anual acumulada de 10,01%. Os CDBs têm taxa média anual de 10,66%.

Risco elevado
Com a depreciação da Bovespa, especialmente neste segundo semestre, ações de muitas grandes empresas brasileiras ficaram consideravelmente baratas. Mas, com as incertezas que ainda rondam o mercado financeiro internacional, os analistas não se arriscam a dar palpites sobre quando a Bolsa poderá reencontrar seus melhores momentos.
"Apesar de a Bolsa estar barata, segue muito volátil e imprevisível. E se a pessoa decide aplicar o 13º em ações e a Bolsa despenca na semana seguinte? Acho que é mais uma opção para quem já investe em ações e está acostumado", diz Liao Yu Chieh, do Ibmec/São Paulo.
A Bolsa de Valores de São Paulo está com desvalorização acumulada de 42,6% em 2008. E há ações com quedas maiores que esse já elevado percentual de perdas da Bovespa. Entre 2003 e 2007, a Bolsa registrou altas seguidamente. Desde 2002 que o mercado acionário doméstico não ficava no vermelho.
(FABRICIO VIEIRA)



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