São Paulo, terça-feira, 10 de novembro de 2009

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Produção de carros sobe 16% em outubro

Mês teve segundo melhor resultado da história da indústria; vendas no mercado interno e reposição de estoques puxam alta

Vendas internas devem superar projeções, mas setor teme não conseguir recuperar o espaço perdido no mercado internacional


PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A produção das montadoras no Brasil cresceu 15,7% em outubro em relação ao mês anterior, puxada pelo aquecimento das vendas internas e pela reposição de estoques.
Foram produzidos 316 mil veículos -entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus- no mês, o segundo melhor resultado da história, atrás de julho de 2008 (318 mil unidades), segundo dados da Anfavea (associação das montadoras) divulgados ontem.
Mesmo as exportações, que acumulam queda de 42% no ano, apresentaram alguma reação em outubro, com alta de 16,7% ante setembro, o que também explica a produção maior no mês passado.
Considerando o acumulado do ano, porém, a atividade das montadoras segue em diminuição. Até outubro, a indústria automotiva produziu 2,6 milhões de veículos, queda de 9,7% em relação aos dez primeiros meses do ano passado, por conta da baixa nas exportações desde a eclosão da crise global. Para o ano, a expectativa é que o país exporte entre 330 mil e 340 mil veículos a menos do que em 2008.
"O mercado interno está muito bem, mas a produção vai sofrer impacto por conta da redução nas exportações", disse o presidente da Anfavea, Jackson Schneider.

Mercado interno
As vendas no mercado interno caíram 4,6% no mês passado ante setembro, quando foi registrado recorde de vendas em razão da corrida do consumidor às concessionárias para aproveitar o último mês antes da elevação gradual do IPI. Ainda assim, foi o melhor resultado para um mês de outubro.
O presidente da Anfavea disse que as projeções da entidade -alta de 6,4% no mercado interno neste ano- podem ser superadas. Segundo ele, as vendas devem ficar entre 70 mil e 80 mil unidades acima do previsto inicialmente.
Com as vendas aquecidas, o setor automotivo fechou o mês de outubro com estoque suficiente para abastecer o mercado por 22 dias, nível considerado baixo. Ainda assim, houve uma recuperação em relação a setembro, quando os estoques fecharam em 17 dias.
"Estamos vendo uma recomposição, mas os estoques estão no limite mínimo desejado. Estão ainda três ou quatro dias abaixo do ideal", completou o presidente da Anfavea.

Exportações
Apesar da alta registrada em outubro na comparação mensal, Schneider disse que não há ainda tendência de recuperação efetiva das exportações.
De acordo com ele, alguns dos principais mercados de exportação das montadoras brasileiras, como a Argentina, ainda estão em retração.
Para Schneider, porém, o receio maior é que o Brasil não consiga recuperar o espaço perdido após a recuperação no mercado global. "Há fatores que prejudicam nossa competitividade, como o câmbio e a pressão de custos internos", comentou, referindo-se à alta nos preços do aço anunciada por algumas siderúrgicas.


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