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Produção de carros sobe 16% em outubro
Mês teve segundo melhor resultado da história da indústria; vendas no mercado interno e reposição de estoques puxam alta
Vendas internas devem superar projeções, mas setor teme não conseguir recuperar o espaço perdido no mercado internacional
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A produção das montadoras
no Brasil cresceu 15,7% em outubro em relação ao mês anterior, puxada pelo aquecimento
das vendas internas e pela reposição de estoques.
Foram produzidos 316 mil
veículos -entre automóveis,
comerciais leves, caminhões e
ônibus- no mês, o segundo
melhor resultado da história,
atrás de julho de 2008 (318 mil
unidades), segundo dados da
Anfavea (associação das montadoras) divulgados ontem.
Mesmo as exportações, que
acumulam queda de 42% no
ano, apresentaram alguma reação em outubro, com alta de
16,7% ante setembro, o que
também explica a produção
maior no mês passado.
Considerando o acumulado
do ano, porém, a atividade das
montadoras segue em diminuição. Até outubro, a indústria
automotiva produziu 2,6 milhões de veículos, queda de
9,7% em relação aos dez primeiros meses do ano passado,
por conta da baixa nas exportações desde a eclosão da crise
global. Para o ano, a expectativa
é que o país exporte entre 330
mil e 340 mil veículos a menos
do que em 2008.
"O mercado interno está
muito bem, mas a produção vai
sofrer impacto por conta da redução nas exportações", disse o
presidente da Anfavea, Jackson
Schneider.
Mercado interno
As vendas no mercado interno caíram 4,6% no mês passado
ante setembro, quando foi registrado recorde de vendas em
razão da corrida do consumidor às concessionárias para
aproveitar o último mês antes
da elevação gradual do IPI. Ainda assim, foi o melhor resultado para um mês de outubro.
O presidente da Anfavea disse que as projeções da entidade
-alta de 6,4% no mercado interno neste ano- podem ser
superadas. Segundo ele, as vendas devem ficar entre 70 mil e
80 mil unidades acima do previsto inicialmente.
Com as vendas aquecidas, o
setor automotivo fechou o mês
de outubro com estoque suficiente para abastecer o mercado por 22 dias, nível considerado baixo. Ainda assim, houve
uma recuperação em relação a
setembro, quando os estoques
fecharam em 17 dias.
"Estamos vendo uma recomposição, mas os estoques estão
no limite mínimo desejado. Estão ainda três ou quatro dias
abaixo do ideal", completou o
presidente da Anfavea.
Exportações
Apesar da alta registrada em
outubro na comparação mensal, Schneider disse que não há
ainda tendência de recuperação efetiva das exportações.
De acordo com ele, alguns
dos principais mercados de exportação das montadoras brasileiras, como a Argentina, ainda estão em retração.
Para Schneider, porém, o receio maior é que o Brasil não
consiga recuperar o espaço perdido após a recuperação no
mercado global. "Há fatores
que prejudicam nossa competitividade, como o câmbio e a
pressão de custos internos", comentou, referindo-se à alta nos
preços do aço anunciada por algumas siderúrgicas.
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