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Dólar desce a R$ 1,70 e volta ao menor nível do ano
Bolsa avança 2,7% em dia de
alta generalizada no exterior
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Bastaram 20 dias para que a
cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o capital externo perdesse
seu efeito sobre o mercado. Ontem o dólar desceu a R$ 1,70,
enquanto a Bolsa de Valores de
São Paulo subiu 2,71% e se
aproximou de seu pico no ano.
Durante as operações, a moeda norte-americana chegou a
ser negociada a R$ 1,699. Fechou a R$ 1,701, após recuar
1,05%. Essa é a menor cotação
desde o R$ 1,70 cravado em 15
de outubro, quando a moeda foi
negociada no preço mais baixo
desde setembro de 2008.
No mês, o dólar acumula desvalorização de 3,19%. Em 2009,
a moeda americana tem perdas
de 27,12% diante do real.
No mercado internacional, a
moeda americana perdeu terreno em relação às principais
divisas. O dia também foi marcado pela alta das commodities.
A participação dos estrangeiros nas compras de ações feitas
na Bovespa tem voltado a crescer. Ontem, segundo operadores, não foi diferente. No balanço do mês, até o dia 5, o que se
viu foi a entrada líquida de R$
434,9 milhões em capital externo na Bolsa brasileira.
Após o governo anunciar a
cobrança de IOF, na noite do
dia 19, o primeiro impacto foi o
de retração dos estrangeiros.
Entre o dia 20 e o fim de outubro, saíram líquidos R$ 3,9 bilhões em dinheiro externo das
ações brasileiras. No ano, os estrangeiros colocaram R$ 19,57
bilhões na Bolsa de Valores.
"O governo não fez o melhor
ao decidir pela cobrança de IOF
dos estrangeiros. Não é isso que
vai segurar o câmbio, muito
menos com o cenário externo
que temos vivenciado", afirmou João Medeiros, diretor da
corretora de câmbio Pionner.
"No mercado, até se especula
que o governo vai ter de anunciar medidas adicionais, pois
vimos rapidamente que apenas
o IOF não vai segurar o câmbio", afirma Medeiros. Foi
quando o dólar atingiu o atual
nível que o governo anunciou a
cobrança de IOF.
Os mercados iniciaram a semana em forte ritmo, embalados pela reunião do G20 que
ocorreu no fim de semana. No
encontro, foram dados sinais
de que os pacotes anunciados
em meio à crise vão ser mantidos, o que deve dar mais alento
à economia mundial.
O clima favorável levou as
Bolsas de Valores a subirem em
bloco pelo mundo. Em Wall
Street, o índice Dow Jones ganhou 2,03%. A Bolsa eletrônica
Nasdaq subiu 1,97%.
Na Europa, a Bolsa de Londres teve apreciação de 1,80%, e
Frankfurt subiu 2,40%.
A Bovespa encerrou o pregão
de ontem aos 66.214 pontos.
Sua pontuação máxima de
2009 foram os 67.239 pontos
registrados em 19 de outubro.
Com os sinais de que os estrangeiros retomaram as compras,
as chances de um novo recorde
ser alcançado em breve são elevadas, avaliam profissionais do
mercado. Os ganhos da Bolsa
no ano superam os 76%.
A ação preferencial "A" da
Vale, novamente a mais negociada do pregão, subiu 3,34%. E
Petrobras PN ganhou 2,85%.
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