São Paulo, terça-feira, 10 de novembro de 2009

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Dólar desce a R$ 1,70 e volta ao menor nível do ano

Bolsa avança 2,7% em dia de alta generalizada no exterior

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Bastaram 20 dias para que a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o capital externo perdesse seu efeito sobre o mercado. Ontem o dólar desceu a R$ 1,70, enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo subiu 2,71% e se aproximou de seu pico no ano.
Durante as operações, a moeda norte-americana chegou a ser negociada a R$ 1,699. Fechou a R$ 1,701, após recuar 1,05%. Essa é a menor cotação desde o R$ 1,70 cravado em 15 de outubro, quando a moeda foi negociada no preço mais baixo desde setembro de 2008.
No mês, o dólar acumula desvalorização de 3,19%. Em 2009, a moeda americana tem perdas de 27,12% diante do real.
No mercado internacional, a moeda americana perdeu terreno em relação às principais divisas. O dia também foi marcado pela alta das commodities.
A participação dos estrangeiros nas compras de ações feitas na Bovespa tem voltado a crescer. Ontem, segundo operadores, não foi diferente. No balanço do mês, até o dia 5, o que se viu foi a entrada líquida de R$ 434,9 milhões em capital externo na Bolsa brasileira.
Após o governo anunciar a cobrança de IOF, na noite do dia 19, o primeiro impacto foi o de retração dos estrangeiros. Entre o dia 20 e o fim de outubro, saíram líquidos R$ 3,9 bilhões em dinheiro externo das ações brasileiras. No ano, os estrangeiros colocaram R$ 19,57 bilhões na Bolsa de Valores.
"O governo não fez o melhor ao decidir pela cobrança de IOF dos estrangeiros. Não é isso que vai segurar o câmbio, muito menos com o cenário externo que temos vivenciado", afirmou João Medeiros, diretor da corretora de câmbio Pionner.
"No mercado, até se especula que o governo vai ter de anunciar medidas adicionais, pois vimos rapidamente que apenas o IOF não vai segurar o câmbio", afirma Medeiros. Foi quando o dólar atingiu o atual nível que o governo anunciou a cobrança de IOF.
Os mercados iniciaram a semana em forte ritmo, embalados pela reunião do G20 que ocorreu no fim de semana. No encontro, foram dados sinais de que os pacotes anunciados em meio à crise vão ser mantidos, o que deve dar mais alento à economia mundial.
O clima favorável levou as Bolsas de Valores a subirem em bloco pelo mundo. Em Wall Street, o índice Dow Jones ganhou 2,03%. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 1,97%.
Na Europa, a Bolsa de Londres teve apreciação de 1,80%, e Frankfurt subiu 2,40%.
A Bovespa encerrou o pregão de ontem aos 66.214 pontos. Sua pontuação máxima de 2009 foram os 67.239 pontos registrados em 19 de outubro. Com os sinais de que os estrangeiros retomaram as compras, as chances de um novo recorde ser alcançado em breve são elevadas, avaliam profissionais do mercado. Os ganhos da Bolsa no ano superam os 76%.
A ação preferencial "A" da Vale, novamente a mais negociada do pregão, subiu 3,34%. E Petrobras PN ganhou 2,85%.


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