São Paulo, Sexta-feira, 10 de Dezembro de 1999


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FRAGILIDADE
Mudança sobre perspectiva para o Brasil em 2000 altera conclusão do estudo sobre América Latina
Recuo do Bird compromete a previsão

de Washington

Eram cerca de 11h da manhã da última terça-feira, num dos auditórios do Banco Mundial, em Washington, quando o economista Mick Riordan, responsável pelo relatório do banco, afirmou que o Bird prevê crescimento de 2,5% para o Brasil em 2000.
Riordan acabara de conceder uma entrevista coletiva sobre o relatório junto com com Uri Dadush, o responsável geral sobre o documento. Riordan falou, a pedido de Dadush, a um grupo de quatro repórteres brasileiros e argentinos que pediam previsões de crescimento para países específicos. O relatório só trazia previsões regionais, feitas com base em números específicos de países que não haviam sido divulgados. "Riordan tem os números de cada país. Peçam a ele", afirmou.
Riordan abriu um livro branco numa página na qual estavam escritos "Banco Mundial - Previsões" e onde havia uma coluna com os nomes de países. Era um apêndice ao relatório que acabara de ser divulgado e que serviu de base para as análises regionais.
A previsão de crescimento para o Brasil é determinante para a perspectiva da região. Se estiver errada, como diz agora o Bird, todo o relatório fica comprometido.
Riordan disse, lendo o livro praticamente junto com os repórteres: "No ano que vem haverá um crescimento de 2,5%".
Um repórter pediu que repetisse os números. Ele repetiu.
Dadush, ao lado de Riordan, foi questionado pela Folha sobre suas declarações a respeito da necessidade de o Brasil fazer o ajuste fiscal com única maneira de voltar a atrair capitais. Como o Banco Mundial tem entrado em choque com o FMI justamente porque critica a "obsessão" do Fundo em forçar países a fazerem o ajuste fiscal, as declarações de Dadush pareciam contraditórias com as do Bird. "Com relação a isso, não há conflito. Todos (o Bird e o FMI) achamos que o ajuste fiscal deve ser feito no Brasil".
Ontem, Dadush e Riordan foram duramente criticados dentro do banco. (MARCIO AITH)



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