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DIPLOMACIA
Comissão do Senado aprova Abdenur para o cargo
Futuro embaixador em Washington não quer "subordinação" aos EUA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil precisa ter cautela nas
suas relações com os EUA para
evitar uma situação de submissão, segundo declarações do futuro embaixador brasileiro em
Washington, Roberto Abdenur,
ao ser sabatinado pela Comissão
de Relações Exteriores e de Defesa
Nacional do Senado.
"A assimetria é tão grande que
não é possível nem desejável uma
parceria estratégica, pois poderia
degenerar numa relação indesejável de subordinação e passividade", disse o futuro representante
brasileiro em Washington.
A comissão aprovou por unanimidade, por meio de voto secreto,
a indicação de Abdenur. Além dele, foram aprovados Carlos Santos
Neves (embaixador na Rússia),
César Amaral (Jamaica) e Marcus
Caramuru (Malásia). Ainda é preciso aprovar os nomes em reunião plenária do Senado.
Embora afirmasse que uma parceira estratégica não é desejável,
Abdenur enfatizou que as relações com os EUA são estratégicas.
Parceria estratégica foi um termo
usado para caracterizar relações
entre países cujas diferenças de
poder são balanceadas.
O embaixador afirmou que o
Brasil é o único país de dimensões
continentais que sempre teve
uma relação de amizade com os
norte-americanos, pois abdicou
de pretensões militares, ao contrário da Índia e China.
No campo comercial, Abdenur
mostrou ao senadores números
que demonstram a derrota brasileira na conquista do mercado
norte-americano. Entre 1985 e
2002, as vendas aos americanos
passaram de US$ 7,5 bilhões para
US$ 16 bilhões. No mesmo período, as vendas da China saltaram
de US$ 4 bilhões para US$ 125 bilhões, e, as do México, de US$ 19
bilhões para US$ 134 bilhões.
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