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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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DIPLOMACIA

Comissão do Senado aprova Abdenur para o cargo

Futuro embaixador em Washington não quer "subordinação" aos EUA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil precisa ter cautela nas suas relações com os EUA para evitar uma situação de submissão, segundo declarações do futuro embaixador brasileiro em Washington, Roberto Abdenur, ao ser sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado.
"A assimetria é tão grande que não é possível nem desejável uma parceria estratégica, pois poderia degenerar numa relação indesejável de subordinação e passividade", disse o futuro representante brasileiro em Washington.
A comissão aprovou por unanimidade, por meio de voto secreto, a indicação de Abdenur. Além dele, foram aprovados Carlos Santos Neves (embaixador na Rússia), César Amaral (Jamaica) e Marcus Caramuru (Malásia). Ainda é preciso aprovar os nomes em reunião plenária do Senado.
Embora afirmasse que uma parceira estratégica não é desejável, Abdenur enfatizou que as relações com os EUA são estratégicas. Parceria estratégica foi um termo usado para caracterizar relações entre países cujas diferenças de poder são balanceadas.
O embaixador afirmou que o Brasil é o único país de dimensões continentais que sempre teve uma relação de amizade com os norte-americanos, pois abdicou de pretensões militares, ao contrário da Índia e China.
No campo comercial, Abdenur mostrou ao senadores números que demonstram a derrota brasileira na conquista do mercado norte-americano. Entre 1985 e 2002, as vendas aos americanos passaram de US$ 7,5 bilhões para US$ 16 bilhões. No mesmo período, as vendas da China saltaram de US$ 4 bilhões para US$ 125 bilhões, e, as do México, de US$ 19 bilhões para US$ 134 bilhões.


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