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Para empresário, governo apóia união
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IPATINGA
Rinaldo Campos Soares, presidente da Usiminas, disse que vê
um "sinal político" do governo de
Luiz Inácio Lula da Silva para que
as empresas siderúrgicas discutam e promovam fusões no setor.
Esse sinal, para ele, está no fato
de o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) ter comprado no mês passado ações da Vale do Rio Doce
que estavam nas mãos do fundo
dos empregados da companhia,
de forma a impedir que elas fossem adquiridas por estrangeiros.
"Há uma tendência nacionalista
do governo, isso está claro. E,
quando o governo dá o sinal político, o movimento [de fusão no
setor siderúrgico] pode ser nessa
linha", afirmou Soares, ao assinalar que o caso das ações da Vale
foi uma "ação concreta" dessa
tendência nacionalista, ficando
evidente que, para o governo, isso
é "importante para o desenvolvimento do país".
Soares está em sintonia com o
governo. Na quinta-feira da semana passada, o presidente da
Usiminas apareceu no programa
político do PT e pintou um quadro otimista da economia.
Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, disse que o papel do
governo nessa questão das fusões
não deve ser o de facilitador financeiro da questão.
"Não acho que tem que ter interferência [financeira] do governo. A participação do governo é
importante, mas é uma questão
das empresas privadas. Boa vontade do governo é sempre importante. É claro que o governo pode
ajudar e é bem-vindo. O governo
não é financiador, é reestruturador", disse Steinbruch.
As empresas afastam qualquer
possibilidade de o governo estimular o setor nesse processo com
ajudas financeiras. Isso poderia
provocar ações contra o setor brasileiro do aço no exterior, o que
causaria perdas de mercado e prejuízos.
Ao governo caberia ajudar na
reestruturação pelo fato de na siderurgia haver participação de
vários outros setores da economia, como o financeiro.
(PP)
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