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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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Para empresário, governo apóia união

DA AGÊNCIA FOLHA, EM IPATINGA

Rinaldo Campos Soares, presidente da Usiminas, disse que vê um "sinal político" do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para que as empresas siderúrgicas discutam e promovam fusões no setor.
Esse sinal, para ele, está no fato de o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ter comprado no mês passado ações da Vale do Rio Doce que estavam nas mãos do fundo dos empregados da companhia, de forma a impedir que elas fossem adquiridas por estrangeiros.
"Há uma tendência nacionalista do governo, isso está claro. E, quando o governo dá o sinal político, o movimento [de fusão no setor siderúrgico] pode ser nessa linha", afirmou Soares, ao assinalar que o caso das ações da Vale foi uma "ação concreta" dessa tendência nacionalista, ficando evidente que, para o governo, isso é "importante para o desenvolvimento do país".
Soares está em sintonia com o governo. Na quinta-feira da semana passada, o presidente da Usiminas apareceu no programa político do PT e pintou um quadro otimista da economia.
Benjamin Steinbruch, presidente da CSN, disse que o papel do governo nessa questão das fusões não deve ser o de facilitador financeiro da questão.
"Não acho que tem que ter interferência [financeira] do governo. A participação do governo é importante, mas é uma questão das empresas privadas. Boa vontade do governo é sempre importante. É claro que o governo pode ajudar e é bem-vindo. O governo não é financiador, é reestruturador", disse Steinbruch.
As empresas afastam qualquer possibilidade de o governo estimular o setor nesse processo com ajudas financeiras. Isso poderia provocar ações contra o setor brasileiro do aço no exterior, o que causaria perdas de mercado e prejuízos.
Ao governo caberia ajudar na reestruturação pelo fato de na siderurgia haver participação de vários outros setores da economia, como o financeiro. (PP)


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