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análise
Investimento em 2009 deve ficar próximo de zero
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos vetores do crescimento desde 2004, o nível de
investimentos deve se tornar
um empecilho para a economia voltar a deslanchar, na
melhor das hipóteses, a partir de meados de 2009, segundo analistas. Após forte
expansão, a previsão é que
2009 seja um ano de investimento zero ou até negativo.
Diante das incertezas, os
empresários não colocarão
dinheiro novo na produção.
A capacidade ociosa das empresas aumentará e diminuirá a necessidade de estoque.
O resultado será uma desaceleração puxada pela estagnação de investimentos.
A expectativa é de queda
de até 1% no PIB no quarto
trimestre deste ano em relação ao terceiro trimestre. Para 2009, os economistas vislumbram a possibilidade de
mais um resultado negativo
ou zero no primeiro trimestre, e o crescimento ficaria
entre 2% e 2,8% no ano.
"Você estava com a demanda doméstica crescendo
acima de 8%. De repente, dá
um tranco, o que acontece?
Os estoques acumulam e a
gente vê esse movimento da
indústria automobilística de
baixar a produção. Embora a
demanda caia, você tem de
derrubar a produção ainda
mais para diminuir os estoques", disse Alexandre
Schwartsman, economista-chefe do Santander.
"2009 será um ano de redução de investimentos e aumento de capacidade ociosa.
A reação do empresário é
adiar as decisões até ficar
mais claro o cenário. Mas os
fatores de longo prazo que
impactam o investimento,
como a estabilidade da economia, não estão se deteriorando", disse Aurélio Bicalho, economista do Itaú.
A única vantagem é que,
com investimentos de 20,4%
do PIB, o país estará mais
bem preparado para retomar
o crescimento sem inflação.
Para Schwartsman, o fato
de a economia ter superado
as expectativas e crescido
próximo de 7% não muda as
perspectivas para 2009.
Schwartsman prevê crescimento de 2% no próximo
ano, sendo que o chamado
"carry over", o efeito estatístico da alta de um ano para o
outro, tenha impacto limitado. No caso, se o PIB tiver
crescimento negativo de 1%
no quarto trimestre, o "carry
over" será de 0,5%; se zerar,
será de 1,3%. "O ponto de
partida da economia tem alguma relevância. A gente estava crescendo na casa de
7%. Mas o mundo mudou."
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