São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

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Sony corta investimentos e demite 8.000 funcionários

Sindicato diz que no Brasil foram 608 dispensas

DA REDAÇÃO

A Sony anunciou ontem que vai demitir cerca de 4% do seu quadro de funcionários e que suspenderá investimentos para economizar cerca de US$ 1,1 bilhão (R$ 2,7 bilhões) ao ano. O corte deve atingir 8.000 funcionários na divisão de eletrônicos em todo o mundo. No Brasil, 608 trabalhadores já foram demitidos entre outubro e novembro, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus.
O corte anunciado nas operações mundiais da Sony é o maior já realizado por uma empresa asiática desde o início da crise. A companhia tem 186 mil funcionários no mundo e 2.300 no Brasil, incluindo os que trabalham na única fábrica instalada no país, em Manaus, e nos escritórios de São Paulo e Rio.
A unidade brasileira da Sony não confirma o número de cortes apontado pelo sindicato, mas admite que demitiu trabalhadores. "Em razão da situação econômica mundial, é necessário fazer uma redução no quadro da fábrica de Manaus a fim de adequar os volumes produzidos e em estoque à demanda do mercado atual", afirma a empresa em comunicado.
A Sony Brasil também ampliou as férias coletivas do fim de ano. A fábrica da companhia deve ficar parada durante todo o mês de dezembro. Segundo a companhia, a decisão de suspender a produção evitou mais demissões na unidade brasileira da empresa.

Retração no lucro
No comunicado divulgado ontem em Tóquio, a Sony diz que reduzirá em 30% os investimentos globais na divisão de eletrônicos até março de 2010. Estimativas da empresa divulgadas em outubro apontam queda de 59% no lucro líquido da Sony no ano fiscal que se encerra em 31 de março de 2009.
Em outubro, a matriz havia admitido que pode fechar algumas das suas fábricas como forma de se adequar à retração na demanda. A Sony Brasil, entretanto, diz que "reafirma seu compromisso com o Brasil e aguarda os resultados de vendas do final do ano para que possa estudar uma retomada gradativa dos volumes de produção previstos inicialmente".
A valorização do iene, de cerca de 13% neste ano, deixou os produtos da empresa japonesa menos competitivos no exterior. A recessão no Japão, nos EUA e na Europa também prejudicou as vendas da Sony.
O vice-presidente da companhia, Naofumi Hara, atribuiu o corte de empregos e de investimentos à deterioração da economia mundial, que segundo ele foi foi muito mais forte do que a companhia previa.

Com agências internacionais



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