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Sony corta investimentos e demite 8.000 funcionários
Sindicato diz que no Brasil foram 608 dispensas
DA REDAÇÃO
A Sony anunciou ontem que
vai demitir cerca de 4% do seu
quadro de funcionários e que
suspenderá investimentos para
economizar cerca de US$ 1,1 bilhão (R$ 2,7 bilhões) ao ano. O
corte deve atingir 8.000 funcionários na divisão de eletrônicos
em todo o mundo. No Brasil,
608 trabalhadores já foram demitidos entre outubro e novembro, segundo o Sindicato
dos Metalúrgicos de Manaus.
O corte anunciado nas operações mundiais da Sony é o
maior já realizado por uma empresa asiática desde o início da
crise. A companhia tem 186 mil
funcionários no mundo e 2.300
no Brasil, incluindo os que trabalham na única fábrica instalada no país, em Manaus, e nos
escritórios de São Paulo e Rio.
A unidade brasileira da Sony
não confirma o número de cortes apontado pelo sindicato,
mas admite que demitiu trabalhadores. "Em razão da situação econômica mundial, é necessário fazer uma redução no
quadro da fábrica de Manaus a
fim de adequar os volumes produzidos e em estoque à demanda do mercado atual", afirma a
empresa em comunicado.
A Sony Brasil também ampliou as férias coletivas do fim
de ano. A fábrica da companhia
deve ficar parada durante todo
o mês de dezembro. Segundo a
companhia, a decisão de suspender a produção evitou mais
demissões na unidade brasileira da empresa.
Retração no lucro
No comunicado divulgado
ontem em Tóquio, a Sony diz
que reduzirá em 30% os investimentos globais na divisão de
eletrônicos até março de 2010.
Estimativas da empresa divulgadas em outubro apontam
queda de 59% no lucro líquido
da Sony no ano fiscal que se encerra em 31 de março de 2009.
Em outubro, a matriz havia
admitido que pode fechar algumas das suas fábricas como forma de se adequar à retração na
demanda. A Sony Brasil, entretanto, diz que "reafirma seu
compromisso com o Brasil e
aguarda os resultados de vendas do final do ano para que
possa estudar uma retomada
gradativa dos volumes de produção previstos inicialmente".
A valorização do iene, de cerca de 13% neste ano, deixou os
produtos da empresa japonesa
menos competitivos no exterior. A recessão no Japão, nos
EUA e na Europa também prejudicou as vendas da Sony.
O vice-presidente da companhia, Naofumi Hara, atribuiu o
corte de empregos e de investimentos à deterioração da economia mundial, que segundo
ele foi foi muito mais forte do
que a companhia previa.
Com agências internacionais
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