São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2001

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TARIFAS

Aumento acontecerá a partir de 2003, quando os contratos com as distribuidoras começarem a ser renovados

Energia deve subir 10% acima da inflação

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A energia elétrica deverá aumentar até 10% acima da inflação para os consumidores residenciais até 2005, segundo a Folha apurou. O aumento acontecerá porque os preços cobrados pelas geradoras de energia estão defasados e irão subir assim que os contratos com as distribuidoras começarem a ser renovados, a partir de 2003.
A meta de inflação do governo para este ano é de 4% e, para 2002, de 3,5%, medidas pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
De acordo com avaliação feita por um técnico do setor, o governo precisava fazer caixa quando iniciou o processo de privatização das distribuidoras de energia elétrica, em 1995.
Por isso, congelou o preço da energia vendida pelas geradoras (controladas pelo Tesouro Nacional) e permitiu que as distribuidoras reajustassem o preço de suas tarifas usando o IGP-M. Dessa forma, tornou as distribuidoras ativos mais atraentes para venda em leilão.
De acordo com essa avaliação técnica, quando as geradoras estatais (Furnas, Chesf e Eletronorte) forem privatizadas e terminarem os contratos com as distribuidoras com preço fixado pelo governo (contratos inicias ou PPA, "Power Purchase Agreement) elas precisarão reajustar o preço da energia vendida para as distribuidoras para fazer novos investimentos e ampliar a capacidade de geração.
O governo, no entanto, tem estratégias para combater o aumento do preço da energia. Uma delas é aumentar a capacidade de geração de energia, segurando o preço com uma oferta maior do produto. Para isso, no entanto, é preciso que o programa emergencial de termelétricas deslanche.
Outra arma do governo é a revisão tarifária das distribuidoras de energia. A partir de 2003, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) irá estabelecer um redutor (Fator X) para o IGP-M, que serve para reajustar aproximadamente 50% da tarifa cobrada pelas distribuidoras.
O governo poderá também segurar os custos com transmissão. A remuneração pelo uso das linhas é definida pelo governo e deverá ficar com preços reduzidos para não pressionar ainda mais os custos.



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