|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Demitidos têm ajuda de família para sobreviver
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
Cerca de 5.500 trabalhadores foram demitidos pela
Varig em 28 de julho, data
apelidada pelos funcionários
de "dia da chacina". Posteriormente, a companhia aérea realizou novas demissões
(a estimativa do MPT é de
9.000 demitidos no total),
mas nenhum trabalhador recebeu rescisão, salários atrasados ou férias vencidas.
São vários os relatos de ex-funcionários que atualmente
vivem da ajuda de parentes e
amigos. Chamira Zeron, 37,
que trabalhou no almoxarifado da Varig por cinco anos,
conta que muitos funcionários perderam suas casas por
não conseguirem mais pagar
financiamentos. "No dia em
que todo mundo foi demitido, a cena foi horrível. Sabe
quando tem enchente e as
pessoas saem com todas as
coisas na mão? Foi desse jeito. Na época já estávamos
com o salário atrasado havia
quatro meses", conta.
A comissária Maria João
Maria João Martins Pereira,
45, afirma que não conseguiu
encontrar trabalho em outras companhias aéreas.
"Ninguém quer uma comissária com mais de 40 anos",
disse. Depois de esgotar as
reservas acumuladas em 24
anos de trabalho, Pereira começou a fazer comida para
fora. "Faço sobremesas, jantares para grupos. Quando
preciso, chamo um grupo de
ex-comissários para trabalhar como garçons. Tive que
mudar de área e agora estou
fazendo um curso de gerenciamento de restaurantes."
A presidente do Sindicato
Nacional dos Aeroviários,
Selma Balbino, faz parte da
lista dos funcionários com
estabilidade demitidos nesta
semana. Ela não recebia salário havia sete meses. "Estou
vivendo da ajuda dos outros
dirigentes do sindicato, que
estão empregados em outras
companhias. Meu nome está
no Serasa e no SPC", disse.
Texto Anterior: Outro lado: Empresa diz que detectou irregularidade Próximo Texto: Comissões em disputa: Agentes criam dia de protesto contra Gol Índice
|