São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

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Demitidos têm ajuda de família para sobreviver

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 5.500 trabalhadores foram demitidos pela Varig em 28 de julho, data apelidada pelos funcionários de "dia da chacina". Posteriormente, a companhia aérea realizou novas demissões (a estimativa do MPT é de 9.000 demitidos no total), mas nenhum trabalhador recebeu rescisão, salários atrasados ou férias vencidas.
São vários os relatos de ex-funcionários que atualmente vivem da ajuda de parentes e amigos. Chamira Zeron, 37, que trabalhou no almoxarifado da Varig por cinco anos, conta que muitos funcionários perderam suas casas por não conseguirem mais pagar financiamentos. "No dia em que todo mundo foi demitido, a cena foi horrível. Sabe quando tem enchente e as pessoas saem com todas as coisas na mão? Foi desse jeito. Na época já estávamos com o salário atrasado havia quatro meses", conta.
A comissária Maria João Maria João Martins Pereira, 45, afirma que não conseguiu encontrar trabalho em outras companhias aéreas. "Ninguém quer uma comissária com mais de 40 anos", disse. Depois de esgotar as reservas acumuladas em 24 anos de trabalho, Pereira começou a fazer comida para fora. "Faço sobremesas, jantares para grupos. Quando preciso, chamo um grupo de ex-comissários para trabalhar como garçons. Tive que mudar de área e agora estou fazendo um curso de gerenciamento de restaurantes."
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, faz parte da lista dos funcionários com estabilidade demitidos nesta semana. Ela não recebia salário havia sete meses. "Estou vivendo da ajuda dos outros dirigentes do sindicato, que estão empregados em outras companhias. Meu nome está no Serasa e no SPC", disse.


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